O novo governo de união israelita deverá apresentar a partir de 1 de julho a sua estratégia para aplicar o plano da administração norte-americana para o Médio Oriente, que prevê a anexação por Israel do vale do Jordão e dos colonatos na Cisjordânia.
Segundo uma sondagem realizada pelo Instituto Democrático de Israel, centro de investigação sediado em Jerusalém, metade dos israelitas (50%) apoia o projeto de anexação, 31% está contra e 19% "não sabem".
Cerca de 57% dos judeus israelitas apoiam o projeto, atingindo a taxa de adesão 75 a 81% nos eleitores dos partidos ultraortodoxos e da direita radical.
O projeto é apoiado por 71,5% dos simpatizantes do Likud, partido de direita do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que apelou recentemente a que se aproveite "a oportunidade histórica" do plano dos Estados Unidos.
Por outro lado, o projeto consegue a aprovação de cerca de 35% dos partidários da coligação centrista Azul e Branco do ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas Benny Gantz, atual ministro da Defesa e o próximo primeiro-ministro do governo de união.
Apesar do nível de apoio, uma maioria dos inquiridos (58%) "pensa que os palestinianos vão lançar uma Intifada" caso se concretize a anexação.
Contra o plano norte-americano, que prevê também a criação de um Estado palestiniano, mas num território reduzido e sem Jerusalém Oriental como capital, os palestinianos já realizaram duas Intifadas, de 1987 a 1993 e de 2000 a 2005.
A Autoridade Palestiniana anunciou ter acabado com a cooperação ao nível da segurança com Israel e os Estados Unidos e tenta juntar a comunidade internacional ao seu lado.
De acordo com analistas, o fim da cooperação ao nível da segurança poderá ameaçar a calma relativa na Cisjordânia, onde vivem 2,7 milhões de palestinianos e cerca de meio milhão de israelitas em colonatos ilegais face à lei internacional.