O Governo minoritário, formado por uma coligação entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda), não teve dificuldade em reunir uma maioria de deputados para votar, pela sexta vez, a continuação do estado de emergência.
Isto, apesar de as duas maiores formações da oposição de direita terem votado contra a prorrogação, o Partido Popular e o Vox (extrema-direita), que são, respetivamente, o segundo e o terceiro maiores partidos do espetro político espanhol muito pulverizado.
Numa votação em que a maioria dos membros da assembleia participou a partir de casa, através de meios telemáticos, votaram a favor 177 deputados, superando a maioria absoluta de 176 num total de 350 membros da assembleia, contra 155 e 18 abstiveram-se.
Durante o debate parlamentar, que teve lugar antes da votação, o primeiro-ministro socialista espanhol, Pedro Sánchez, sublinhou que o plano de alívio das medidas de confinamento implementado nas últimas semanas "não teve um impacto negativo na evolução da pandemia" do novo coronavírus.
O chefe do executivo salientou também que se pode dizer que "o pior já passou" e que a pandemia foi ultrapassada "com esforço, disciplina social e moral de vitória".
Por seu lado, o líder do PP, Pablo Casado, sublinhou que o seu partido irá solicitar um inquérito parlamentar sobre a "gestão desastrosa" feita pelo Governo da pandemia do novo coronavírus, quando o estado de emergência terminar.
"Recordo-lhe que não podem continuar a mentir sem haver consequências penais", acrescentou Casado, dirigindo-se a Sánchez.
O programa de alívio das medidas de confinamento termina em finais de junho, tendo Madrid já anunciado a abertura das fronteiras ao turismo internacional e o fim da obrigação de cumprir uma quarentena de duas semanas à entrada no país a partir de 01 de julho próximo.
O Ministério da Saúde espanhol comunicou hoje um total de 27.128 mortes no país devido à pandemia de covid-19, mais um do que o número de terça-feira, e 63 notificados cujo óbito ocorreu nos últimos sete dias.
Segundo os números divulgados, há 219 novos casos diagnosticados com a doença, elevando para 240.326 o total de infetados desde o início da pandemia.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 380 mil mortos e infetou quase 6,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (106.181) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,8 milhões).
Seguem-se o Reino Unido (39.728 mortos, quase 280 mil casos), Itália (33.601 mortos, quase 234 mil casos), o Brasil (31.199 mortes e mais 555 mil casos) França (28.940 mortos, mais de 188 mil casos) e Espanha (27.128 mortos, mais de 240 mil casos).
[Notícia atualizada 18h36]