O Ministério da Agricultura anunciou na quarta-feira que iriam ser abatidas "mais de 10.000 martas" em diversas quintas onde foram detetados casos positivos de covid-19, para impedir que se tornem fontes de contaminação.
Na quinta-feira, dois grupos de defesa dos animais recorreram ao tribunal na tentativa de travar esta medida, mas na sexta-feira à noite a justiça indeferiu o pedido.
Neste sentido, o abate dos animais "começou hoje numa quinta de martas em Deurne", no sul do país, anunciou a porta-voz da Autoridade Neerlandesa de Segurança Alimentar e Produtos de Consumo (NVWA, sigla original), Frederique Hermie.
"Esta empresa tem cerca de 1.500 fêmeas e, cada uma, tem quatro a cinco crias", adiantou Frederique Hermie à France Press (AFP) que explicou que o método para o abate passa pelo uso de monóxido de carbono.
Segundo a porta-voz, o abate, nas outras nove quintas contaminadas, continuará no decorrer da semana.
Em maio, as autoridades estabeleceram que dois funcionários dessas quintas tinham "muito provavelmente" contraído a covid-19 através destes animais.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estes dois funcionários infetados poderão ser "os primeiros casos conhecidos de transmissão" do novo coronavírus do animal para o Homem.
Posteriormente, o Governo proibiu o transporte destes animais e tornou obrigatório o teste da covid-19 em todas as quintas de criação de martas, que têm como objetivo a produção de peles.
Em 2016, a mais alta instância judicial do país ordenou o fecho destas quintas de martas até 2024.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 392 mil mortos e infetou mais quase 6,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.465 pessoas das 33.969 confirmadas como infetadas, e há 20.526 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.