"Acabo de dar uma ordem para que a nossa Guarda Nacional inicie o processo de retirada de Washington, agora que tudo está sob controlo. Eles vão para casa, mas podem regressar rapidamente, se necessário. Ontem à noite apareceram muito menos manifestantes do que o previsto", disse o líder da Casa Branca, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
A ordem surge no mesmo dia em que alguns meios de comunicação social norte-americanos revelaram, com base no testemunho de um funcionário do governo, que o presidente terá proposto na passada segunda-feira avançar com 10.000 militares para as ruas de Washington e de outras cidades para conter os protestos.
A proposta terá surgido num debate na Sala Oval da Casa Branca, mas, segundo a estação televisiva CBS, encontrou a oposição do Secretário da Defesa, Mark Esper, do Chefe do Estado-Maior, o general Mark Milley, e o Procurador-Geral dos Estados Unidos, William Barr.
Em alternativa, para responder à vontade de Trump, Esper e Miley contactaram os governadores dos estados afetados e pressionaram pela mobilização da Guarda Nacional.
Donald Trump tem vincado o objetivo de restabelecer "a lei e a ordem" no país, uma mensagem que já hoje repetiu na rede social Twitter.
Milhares de pessoas manifestaram-se no sábado em várias cidades dos Estados Unidos, incluindo Nova Iorque e Washington, contra a violência policial, depois de o afro-americano George Floyd ter morrido quando um polícia pressionou o seu pescoço com um joelho.
As manifestações, que decorrem há 12 dias, chegaram a 650 cidades dos 50 estados dos EUA, tendo-se estendido no sábado a outros países, incluindo Portugal.
George Floyd, afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis, Estado do Minnesota, depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Os quatro polícias envolvidos no caso foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.