No momento em que resta um único acordo de armas nucleares entre a Rússia e os EUA - o New Start, que expira em 2021 -- os dois governos procurarão um entendimento para garantir a estabilidade estratégica militar.
"Em 22 de junho, Viena será a sede de uma reunião sobre controlo de armas e estabilidade estratégica, ao nível do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia (Sergey Riabkov) e do Enviado Especial do Presidente dos EUA, Marshall Billingslea. As consultas serão realizadas num formato interdepartamental. Congratulamo-nos com o regresso destes contactos", disse hoje Riabkov.
O vice-ministro russo teve uma conversa telefónica com o principal negociador para os assuntos de controlo de armas dos EUA, Billingslea, no passado mês, para preparação do encontro de Viena.
Também os presidentes norte-americano, Donald Trump, e russo, Vladimir Putin, tinham abordado esta questão, num telefonema do passado dia 01, prometendo na altura melhorar o diálogo para conseguir estabilidade estratégica e para definir medidas de confiança na área militar.
As discussões aconteceram quando os Estados Unidos anunciaram a sua retirada do Tratado dos Céus Abertos, um acordo multilateral para garantir a transparência no controlo de armas, alegando que a Rússia não estava a cumprir os seus termos.
No encontro de Viena, contudo, o tema central será o programa New Start, que expira em 2021, mas que tem uma cláusula que permite o seu prolongamento durante mais cinco anos, se for esse o entendimento das partes.
Contudo, o Presidente Donald Trump tem revelado publicamente que preferia substituir o New Start por um novo acordo de armas nucleares com a Rússia, que inclua igualmente a China, uma condição que Pequim tem rejeitado perentoriamente.
"Estamos surpreendidos com a referência de Washington de que os Estados Unidos esperam que representantes chineses participem" na reunião de Viena, disse Riabkov.
"Respeitamos a posição conhecida de Pequim", acrescentou o vice-ministro russo, que continua a acreditar que o encontro de Viena terá apenas representantes dos EUA e da Rússia.