BAD já entregou quase 1.800 milhões de euros a 10 países africanos

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou hoje que já entregou quase 1.800 milhões de euros a 10 países africanos para combaterem a pandemia de covid-19, que diminuirá o Produto Interno Bruto em 88,3 mil milhões de dólares.

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Lusa
15/06/2020 08:09 ‧ 15/06/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

De acordo com os cálculos da Lusa com base na informação disponível sobre os montantes atribuídos a alguns países africanos, o BAD já entregou 1.790 milhões de euros, sendo Cabo Verde o único país lusófono a ter beneficiado do apoio desta instituição financeira multilateral.

O Egito, com 440 milhões de euros, é o país que mais ajuda recebeu, seguido da Nigéria, com 288,5 milhões de euros, e de Marrocos, com 264 milhões de euros.

"O BAD respondeu rapidamente às necessidades dos seus países membros durante a pandemia de covid-19", lê-se numa nota enviada à Lusa, que calcula entre 22,1 mil milhões de dólares e 88,2 mil milhões de dólares o impacto económico da pandemia.

"Os países africanos, com a experiência de terem afugentado o Ébola, estão a trabalhar para adaptar-se a esta nova ameaça e esperam do banco uma resposta à crise eficaz e multilateral", acrescenta-se no comunicado.

O BAD salientou que a ajuda financeira chegou às cinco regiões africanas e notou que "o apoio vai permitir aos governos darem dinheiro de emergência a milhões de pessoas que foram afetados por 'lay-offs' em massa ou não conseguem trabalhar de casa devido às medidas de confinamento".

O banco, logo em março, fez uma emissão de dívida no valor de 3 mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros), seguida do anúncio, já no princípio de abril, de uma assistência de emergência de 2 milhões de dólares (1,7 milhões de euros) à Organização Mundial de Saúde para aumentar a capacidade dos países membros na prevenção, testes e gestão de casos.

Depois, em 09 de abril, anunciou um instrumento financeiro no valor de até 10 mil milhões de dólares, quase 9 mil milhões de euros, para ajudar os governos e o setor privado a lidarem com a pandemia e a "mitigar o sofrimento da crise económica e da perda de empregos".

O continente africano registou 6.244 mortos por covid-19, em mais de 232 mil casos, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

As principais instituições económicas apontam para uma recessão na região subsaariana, a primeira em décadas, com o Fundo Monetário Internacional a estimar uma contração do PIB de mais de 1,6%.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 431 mil mortos e infetou mais de 7,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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