Pequim volta a repor medidas de prevenção após detetar novo surto

Pequim voltou hoje a repor medidas de prevenção de contágio pelo novo coronavírus, após diagnosticar dezenas de novos casos, nos últimos dias, confirmando a severidade de uma segunda vaga de infeções na capital chinesa.

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© REUTERS/Thomas Peter

Lusa
15/06/2020 12:35 ‧ 15/06/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Centenas de pessoas alinharam-se em hospitais e outras instalações ao redor da capital, enquanto as autoridades executavam milhares de testes em trabalhadores e clientes do principal mercado abastecedor de Pequim.

As autoridades confirmaram 79 casos nos últimos quatro dias, no maior surto desde que a China interrompeu a disseminação da epidemia há mais de dois meses.

O novo surto parece ter começado no mercado de Xinfadi, o maior de produtos frescos em Pequim, levando a inspeções em mercados de carnes e mariscos na cidade e em outros pontos da China.

"Devemos continuar a tomar medidas decisivas para nos defendermos de casos externos e ressurgimentos, e mobilizar todas as unidades", disse Xu Hejian, diretor do Gabinete de informações do governo de Pequim.

Numa altura em que outros países estão a reduzir as restrições, o desenvolvimento mostra a importância de estar pronto para lidar com inevitáveis novos surtos, suscetíveis de surgirem a qualquer momento, em locais inesperados, mesmo semanas após a epidemia ter aparentemente sido erradicada.

A Grécia diminuiu hoje as restrições na entrada de visitantes. Os passageiros de alguns voos internacionais não serão mais sujeitos a testes obrigatórios. Hotéis e museus estão a reabrir, numa economia dependente do turismo, assim como as escolas, na etapa mais recente de uma reabertura gradual de negócios.

Em Paris, cafés e restaurantes reabriram pela primeira vez, desde que o vírus em rápida expansão obrigou ao seu encerramento, em 14 de março.

O governo autoritário e o rígido controlo social na China permitem rastrear os movimentos dos residentes, através do uso de aplicações e de uma rede comités de bairro, dominados por membros do Partido Comunista Chinês.

A entrada em muitos edifícios de escritórios, lojas e restaurantes depende do uso de uma aplicação que faz o rastreio das deslocações do usuário. Caso a pessoa tenha estado em áreas onde o vírus está ainda ativo, fica proibida de entrar.

Pequim fechou o mercado de Xinfadi e exige que todos os que estiveram lá cumpram um período de duas semanas de quarentena. Bairros próximos ao mercado foram bloqueados e mais de 76.000 pessoas testadas.

Em toda a cidade, Pequim suspendeu hoje a retomada das aulas nas escolas primárias e reverteu o relaxamento de algumas medidas de isolamento social.

Os inspetores encontraram 40 amostras do vírus no mercado, incluindo uma tábua de cortar salmão importado. Isso levou algumas redes de supermercados a tirar o salmão das prateleiras, no fim de semana, e a inspeções em mercados, lojas e restaurantes.

As autoridades de saúde de Pequim disseram que o sequenciamento genético mostrou que o vírus que causou o novo surto teve origem na Europa, embora não seja claro se este se espalhou pelo movimento de pessoas ou pelo transporte de alimentos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 431 mil mortos e infetou mais de 7,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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