Covid-19: Médicos dos hospitais públicos da Nigéria em greve

Os médicos dos hospitais públicos da Nigéria iniciaram hoje uma greve para exigir melhores condições de trabalho, mantendo-se a trabalhar os clínicos dos centros de tratamento de doentes com covid-19, anunciou a associação da classe.

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© Getty Images

Lusa
15/06/2020 12:42 ‧ 15/06/2020 por Lusa

Mundo

Nigéria

A Nigéria, o país mais populoso de África com uma população de 200 milhões de habitantes, registou 16.085 casos de infeção pelo novo coronavírus e 420 mortes desde o primeiro caso conhecido em fevereiro, tendo sido infetados mais de 800 profissionais de saúde, de acordo com o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da Nigéria.

"Decidimos iniciar uma greve geral até nova ordem, da qual apenas os centros de tratamento COVID-19 estão isentos", anunciou, através da sua conta na rede social Twitter, a Associação Nacional de Médicos Residentes (NARD, na sigla em inglês), que representa cerca de 40 por cento dos médicos do país.

Citado pela agência France-Presse, o presidente da NARD, Aliyu Sokomba, justificou a isenção com a necessidade de não "privar os doentes da covid-19 de cuidados", avisando, no entanto, que os médicos isentos adeririam ao movimento se as suas exigências não fossem ouvidas no prazo de duas semanas.

"Se continuarem a ser insensíveis, podemos não ter outra escolha senão designar os médicos que isentámos para se juntarem à greve", disse.

O sindicato denuncia o que considera "uma série de falhas do Estado", incluindo o fornecimento "totalmente inadequado" de equipamento de proteção, e exige subsídios de risco para quem trabalha com doentes com covid-19.

Outras exigências mais gerais dizem respeito à melhoria das condições de trabalho dos profissionais de saúde e à denúncia de despedimentos e reduções salariais dos médicos.

Em África, há 6.464 mortos confirmados e mais de 242 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 431 mil mortos e infetou mais de 7,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela AFP.

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