Interrogado sobre as relações entre a China e a Rússia, o vice-secretário de Estado norte-americano declarou que dependem essencialmente dos dois dirigentes atuais das duas potências rivais dos Estados Unidos, Xi Jinping e Vladimir Putin.
"Ambos parecem ter a intenção de se manterem nas atuais funções de forma vitalícia ou, de qualquer forma, até que decidam partir pela sua própria iniciativa", disse Biegun numa conferência de imprensa virtual no grupo de reflexão Fundo German Marshall dos Estados Unidos.
"No sistema russo, que tem, ao menos, sinais exteriores de um sistema democrático, o Presidente Putin organizou um referendo em que muitos consideram que ele sabe de antemão que dará início à extensão, 'de facto', vitaliciamente no poder", acrescentou o diplomata norte-americano, aludindo à votação que decorreu começou a 25 deste mês e que termina a 01 de julho.
Segundo uma sondagem à boca das urnas revelada hoje, enquanto prossegue o referendo, cerca de 76% dos russos aprovam a reforma que reforça os poderes de Putin.
A reforma submetida aos russos autoriza Putin a permanecer no Kremlin por mais dois mandatos, até 2036, altura em que o chefe de Estado russo terá 84 anos.
Na atual Constituição russa, o mandato de Putin termina em 2024.
A oposição russa tem vindo a denunciar que o que considera ser uma "farsa eleitoral", destinada a abrir o caminho a Putin para uma presidência vitalícia.