O apoio de Kanye West ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou ao fim, algo que ficou bem claro com o anuncio do músico norte-americano, este domingo, de que estava na corrida para as eleições presidenciais.
"Parece apenas uma grande confusão", começou por dizer West sobre Trump, numa entrevista de quase quatro horas à Forbes, admitindo que perdeu a confiança no atual líder. "Retirei o chapéu vermelho", acrescentou, referindo-se ao símbolo emblemático da campanha de Trump.
"Não digo que ele [Trump] está no meu caminho, ele pode fazer parte do meu caminho. O Joe Biden? Por favor... O Obama era especial, o Trump é especial. Dizemos que o Kanye West é especial e a América precisa de pessoas especiais que a liderem. O Joe Biden não é especial", vincou.
Apesar de não existir ainda evidência oficial de que o cantor tenha uma organização de campanha, nem de que tenha submetido os documentos necessários à Comissão Federal de Eleições, Kanye West garante que este anuncio não se trata de um "golpe publicitário".
Questionado sobre como seria a sua presidência, Kanye West admite "não ter feito muita pesquisa" sobre taxas e política estrangeira, mas afirma ser contra a pena de morte e querer colocar um fim à brutalidade policial.
"Quando for presidente, vamos também divertir-nos. Vamos passar à frente toda esta conversa sobre racismo e empoderar as pessoas", apelou.
Kanye West também considerou que o sistema de planeamento familiar dos Estados Unidos é uma obra de supremacistas brancos.
O músico disse que está confiante para o sufrágio, apesar de não contar com nenhum tipo de estrutura para apoiar uma campanha eleitoral.
Questionado também sobre os assessores da campanha, a mulher e colunável Kim Kardashian e o empresário norte-americano Elon Musk - cofundador da Tesla -, Kanye West respondeu que são duas pessoas que sempre o apoiaram e, no caso de Musk, falou "durante anos" sobre uma possível candidatura à Casa Branca.
O 'slogan' da campanha será "Yes!" (Sim!) e a candidata a vice-Presidente é Michelle Tidball, que se descreve como uma 'life coach' bíblica.
O nome da formação política que criou, o Birthday Party (Partido do Aniversário) foi escolhido porque o músico considerou que, caso vença as presidenciais, vai ser um "aniversário de todo o mundo".
"Deus deu-me clareza e disse-me que este é o momento", explicitou o 'rapper' quando questionado sobre a razão pela qual apresentou a candidatura para estas eleições de 2020 e não de 2024.
O candidato presidencial disse ainda que planeia basear a gestão dos Estados Unidos na estrutura de Wakanda, um país fictício localizado na África Subsariana que aparece na banda desenhada Marvel e que é nos quadradinhos a nação mais desenvolvida e tecnologicamente avançada do planeta.
"Vou utilizar a estrutura de Wakanda porque é a que melhor explica o que a nossa equipa vai fazer na Casa Branca [...]. A quantidade de inovação que poderá acontecer, a quantidade de inovação na medicina [...]. Vamos trabalhar, inovar, juntos", sublinhou.
Na longa entrevista, o cantor norte-americano disse ainda ter contraído o novo coronavírus em fevereiro.