Apesar de valorizar a autorização da continuação da assistência humanitária por mais 12 meses em território sírio, o coordenador adjunto do gabinete, Mark Cutts, não deixou de considerar "muito dececionante" o desfecho de uma semana de votações marcada por sucessivos vetos e que "apresenta grandes desafios para os civis vulneráveis".
O Conselho de Segurança concedeu permissão para a utilização do posto fronteiriço de Bab al Hawa (entre a Síria e a Turquia), algo que Cutts classificou como "uma boa notícia para o povo de Idlib", mas não validou o recurso ao posto de Bab al Salam, o outro ponto onde a ONU chegou a estar autorizada a trazer ajuda humanitária de fora do país. Esta tomada de posição coloca agora em risco a ajuda a quase 1,3 milhões de pessoas em solo sírio.
Segundo a EFE, a Rússia e a China opuseram-se à manutenção das duas travessias fronteiriças, autorizando apenas a passagem por Bab al Hawa, através da qual já passaram cerca de 250.000 toneladas de ajuda humanitária, de acordo com os dados da monitorização da ajuda humanitária, realizada por inspetores da ONU desde 2014.
Esta ajuda chega à Síria sem passar pelas mãos do Governo do Presidente Bashar al-Assad e destina-se aos últimos territórios que escapam ao seu controlo no país, onde existem simultaneamente oposição armada, grupos islamistas e uma população civil, na sua maioria deslocada.
No entanto, a Rússia, aliada de Al-Assad e ator de relevo no conflito sírio, entende que continuar a prestar assistência a partir do estrangeiro significa minar a soberania e integridade territorial da Síria, que vive uma sangrenta guerra civil desde 2011.