A agência de notícias espanhola cita um porta-voz dos afetados e indica que as autoridades declararam o estado de emergência.
O porta-voz da Coordenadora de Refugiados e Deslocados, Mohamed Yehia Abu Bakr, explicou que homens armados desconhecidos, em carros e motociclos, atacaram os habitantes de Fata Borno que pediam melhores condições de vida e de segurança no acampamento.
Abu Bakr afirmou que os autores do ataque vestiam uniforme militar, mas não especificou de que ramo do Exército ou da polícia sudanesa e acrescentou que as vítimas podem aumentar porque há feridos graves.
Por seu lado, as autoridades do Estado de Darfur Norte declararam hoje o estado de emergência, depois do sucedido e após os protestos nas localidades de Fata Borno e Kabkabiya.
Em comunicado, o comité de segurança da zona disse que alguns "infiltrados" procuram desestabilizar a situação no Darfur Norte e anunciou que vários foram presos, sem especificar o número, nem a que grupo ou milícia pertencem.
Mesmo assim, as autoridades reforçaram a segurança em Fata Borno e Kabkabiya e reconheceram que as exigências dos deslocados são "legítimas", bem como as dos camponeses que exigem maior proteção face a ataques e saques de grupos armados.
O secretário geral do governo local de Darfur Norte, Mohamed Ibrahim Abdelkarim, disse à Efe que uma delegação oficial se reuniu no domingo com representantes dos deslocados, em Fata Borno.
Na segunda-feira, "combatentes não identificados atacaram os deslocados que protestavam e causaram mortos e feridos", acrescentou Abdelkarim, sem poder fornecer ainda uma contagem final das vítimas.
Este mês também ocorreram protestos na zona central de Darfur por parte de camponeses que pedem maior proteção às autoridades, perante o aumento dos ataques armados, saques e violações de mulheres.
A maioria dos habitantes de Darfur pertence à tribo africana Al Fur e acusa as milícias árabes de a atacar, mais de uma década depois da rebelião armada dos habitantes não árabes desta região contra o regime de Cartum.
Atualmente, o novo governo sudanês, que lidera a transição para a democracia desde agosto, após o derrube em abril do ditador Omar al Bashir, ultima os detalhes de um acordo de paz com os grupos rebeldes de Darfur.