Rússia rejeita acusações sobre ingerência e tentativa de roubo de vacina

A Rússia rejeitou hoje as acusações lançadas por Londres de que Moscovo teria tentado interferir nas eleições legislativas britânicas de 2019 e tentado roubar informações sobre uma investigação internacional em curso para uma vacina contra o novo coronavírus.

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Lusa
16/07/2020 16:40 ‧ 16/07/2020 por Lusa

Mundo

Rússia

"Não temos nenhuma informação sobre quem poderá ter pirateado empresas farmacêuticas ou centros de investigação no Reino Unido. (...) Rejeitamos essas acusações, bem como as novas alegações infundadas de uma ingerência nas eleições de 2019", declarou o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência noticiosa estatal Tass.

Numa declaração escrita enviada hoje ao Parlamento britânico, o Governo do Reino Unido afirmou acreditar que agentes russos tentaram influenciar as eleições legislativas britânicas, realizadas em dezembro de 2019, promovendo na Internet documentos usados na campanha pelo então líder trabalhista Jeremy Corbyn sobre as negociações com os Estados Unidos da América (EUA) para um acordo comercial.

"Com base numa análise abrangente, o Governo concluiu que é quase certo que agentes russos procuraram interferir nas eleições parlamentares de 2019, ampliando a disseminação na Internet de documentos governamentais obtidos de forma ilícita", denunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, nessa declaração escrita.

Segundo Raab, os "documentos sensíveis do Governo relacionados com acordo de comércio entre o Reino Unido e os EUA foram obtidos de forma ilícita antes das eleições gerais de 2019 e disseminados na Internet pela plataforma Reddit".

"O Governo reserva o direito de responder com medidas apropriadas no futuro", acrescentou o ministro.

Os documentos em causa foram usados pelo então líder do Partido Trabalhista num debate televisivo, no qual Jeremy Corbyn alertou para o risco de serviços prestados pelo sistema nacional de saúde britânico (NHS, na sigla em inglês) serem privatizados e concessionados a empresas norte-americanas num futuro acordo de comércio livre com os EUA após o 'Brexit' (processo da saída britânica da União Europeia).

Também hoje, e igualmente visando Moscovo, o Centro Nacional de Cibersegurança britânico (NCSC, na sigla em inglês), em coordenação com as autoridades dos EUA e do Canadá, acusou a Rússia de estar a tentar roubar informação a cientistas britânicos, norte-americanos e canadianos que estão a trabalhar numa vacina contra a doença covid-19.

O NCSC alegou que a manobra está associada aos piratas informáticos APT29, também conhecidos como "the Dukes" ou "Cozy Bear", que são um "grupo de ciberespionagem, quase de certeza parte dos serviços de informações russos".

"A campanha de atividades maliciosas do APT29 continua, predominantemente contra alvos governamentais, diplomáticos, organizações de investigação, de saúde e de energia para roubar propriedade intelectual valiosa", referiu o organismo num comunicado.

O diretor de operações do NCSC, Paul Chichester, disse estar a trabalhar com os EUA e o Canadá para proteger o setor da saúde, que é uma prioridade na atual pandemia.

"Instamos as organizações a familiarizarem-se com os conselhos que publicamos para ajudarem a defender as suas redes", acrescentou.

 

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