Reunidos desde sexta-feira de manhã, os líderes europeus não lograram ainda chegar a um acordo sobre o próximo quadro orçamental para 2021-2027 e o Fundo de Recuperação, os pilares do plano de relançamento da economia europeia para superar a crise da covid-19.
Este terceiro dia de cimeira ficou marcado por uma longa ronda de consultas, que se prolongou de manhã até ao início da noite, com os 27 a reunirem-se todos à mesa apenas perto das 19:30 locais (18:30 de Lisboa), para um jantar de trabalho.
Perto das 23:30 locais, Charles Michel solicitou então uma interrupção de três quartos de hora, sendo uma incógnita até quando poderá o Conselho Europeu prolongar-se.
De acordo com fontes europeias, o principal obstáculo a um compromisso continua a ser a exigência dos chamados países 'frugais' (Holanda, Suécia, Áustria e Dinamarca) em reduzir a dimensão do Fundo de Recuperação -- apesar de Charles Michel já ter apresentado duas propostas revistas em baixa, originalmente pensado para ter um montante de 750 mil milhões de euros -, assim como o montante destes apoios a serem concedidos a fundo perdido aos Estados-membros.
Tanto o plano franco-alemão como a proposta da Comissão Europeia defendiam subvenções num montante de 500 mil milhões de euros, que Charles Michel e a generalidade dos Estados-membros já aceitaram baixar, mas ainda assim o quarteto de 'frugais' reclama que o valor fique abaixo dos 400 mil milhões.
Este intervalo solicitado pelo presidente do Conselho Europeu deverá servir para fazer um último esforço em busca de um compromisso, devendo de seguida Charles Michel anunciar se as negociações prosseguirão ou se dá por terminada esta cimeira.