Sete bebés nados-mortos na mesma noite em hospital do Zimbabué

Profissionais de Saúde estão em greve, num país afetado tanto pela pandemia como pela corrupção. Atenção, a imagem no texto pode chocar os leitores mais sensíveis.

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© JEKESAI NJIKIZANA/AFP via Getty Images

Notícias Ao Minuto
29/07/2020 19:00 ‧ 29/07/2020 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Covid-19

Das oito mulheres que entraram em trabalho de parto no Hospital Central Harare, no Zimbabué, na segunda-feira à noite, apenas uma pôde ir para casa com o seu filho. Todas as outras sete mulheres deram à luz nados-mortos, depois de atrasos no tratamento por causa de falta de funcionários, confirmaram dois médicos à BBC.

Os profissionais de enfermagem estão em greve geral por causa de falta de material de proteção pessoal contra a Covid-19 e contra os baixos salários, numa altura em que o país vive a pior crise económica em mais de uma década.

Um dos médicos que falou com a estação britânica, sob a condição de permanecer anónimo, disse que estas mortes são "a ponta do icebergue", num setor que foi fortemente abalado pela pandemia e por escândalos de corrupção.

O médico Peter Magombeyi deu conta das mortes dos bebés nas redes sociais, mostrando fotografias dos nados-mortos e do registo clínico que o comprova. "Era tudo evitável mas, os nossos líderes escolheram pilhar”, lê-se na legenda, numa referência corrupção no setor da Saúde.

Em entrevista à BBC, um profissional de Saúde explicou que as mortes se deveram a intervenções tardias, em alas de maternidade sobrelotadas. "Duas das mães tiveram rupturas dos úteros e precisavam de operação imediata. As outras intervenções cirúrgicas foram feitas por dificuldades no trabalho de parto, mas não foram realizadas a tempo e os bebés morreram, presos nas pélvis das suas mães", disse.

Em junho, recorde-se, o ministro da Saúde do Zimbábue, Obadiah Moyo, foi detido na sequência de um caso de corrupção relacionado com o fornecimento de equipamentos para combater a propagação da Covid-19. 

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