"É necessário, razoável e legal" disse o Gabinete para as Relações com Hong Kong e Macau num breve comunicado emitido em Pequim, logo depois do anúncio do adiamento das eleições na região semiautónoma chinesa.
"O Governo central compreende e apoia absolutamente esta decisão", refere o mesmo documento.
A presidente do Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou hoje o adiamento das eleições que estavam marcadas para o dia 06 de setembro.
De acordo com a France Presse trata-se de um adiamento de um ano, mas oficialmente não foi anunciada a nova data.
"É a decisão mais difícil que tomei nos últimos sete meses, mas temos de garantir a segurança das pessoas e que as eleições decorram de forma livre e justa", afirmou Carrie Lam, em conferência de imprensa na região administrativa especial de Hong Kong.
A cidade, com 7,5 milhões de habitantes, tem vindo a ser mais afetada pela epidemia global de SARS CoV-2 desde julho, de acordo com os dados do Governo.
As autoridades sanitárias da região indicam hoje que atingiram-se os 3.273 casos de infeção, mais do dobro do que registaram até ao dia 01 de julho.
Os 22 deputados pró-democracia ainda em funções já se mostraram contra o adiamento das eleições sob a justificação da defesa da saúde pública.
"Os legisladores pró-democracia, que representam 60% da opinião pública, coletivamente opõem-se ao adiamento das eleições, enfatizando a responsabilidade do Governo da região administrativa especial que devia adequar medidas contra a epidemia para garantir a realização das eleições, tal como estava programado", indica um comunicado dos 22 deputados.
O adiamento das eleições para o Conselho Legislativo da região semiautónoma chinesa é anunciado um dia depois de as autoridades terem vetado doze candidatos da oposição, entre os quais o dirigente do Partido Cívico, Alvin Yeung, e o líder estudantil Joshua Wong.