Boris Johnson voltou a reforçar a sua vontade de abrir as escolas britânicas na sua totalidade em setembro, apesar de a decisão não agradar aos professores, que temem uma segunda vaga do vírus de Covid-19.
Segundo o Mirror, o primeiro-ministro britânico terá recebido apelos das Associações de Líderes Escolares para que pense num Plano B, caso se verifique um novo surto da doença.
Entre as propostas apresentadas está a possibilidade de os alunos regressarem à escola de forma faseada, com uma semana de aulas na escola e a outra semana em telescola.
Contudo, esta segunda-feira, Boris Johnson voltou a reforçar que a "principal preocupação" será preparar "o regresso às aulas de forma integral em setembro".
"A forma como estamos a tentar gerir a pandemia de covid-19 é ter medidas locais implementadas e testes e rastreamento locais para introduzir restrições onde for necessário. Mas, como todos nós já dissemos, a última coisa que queremos é fechar as escolas. A educação é a prioridade do país e é simplesmente justiça social", afirmou o governante numa visita a uma instituição de ensino em Londres, defendendo que este regresso é o melhor "para o bem-estar físico e mental" dos mais novos, bem como a melhor opção para o "seu desenvolvimento educativo".
As aulas nas escolas britânicas foram interrompidas para a maioria dos alunos em meados de março, quando foi introduzido um confinamento para travar a pandemia, continuando apenas abertas para os filhos de trabalhadores de serviços críticos.
Em junho voltaram algumas classes dos primeiros anos e dos finalistas do ensino primário, mas muitas escolas não o fizeram devido a dificuldades em fazer cumprir as restrições em vigor.
Hoje, o ministro da Educação, Gavin Williamson, disse existirem "poucos indícios" científicos de que o novo coronavírus é transmitido nas escolas, procurando contrariar insegurança dos pais ou de professores sobre o regresso às aulas.
O governo tem estado sob pressão para melhorar o sistema de rastreamento da doença covid-19 e para se comprometer a fechar setores como bares ou restaurantes e outras lojas não essenciais no caso de serem necessárias restrições para controlar surtos locais, protegendo o funcionamento das escolas.
As escolas vão reabrir a partir de terça-feira na Escócia, onde o ano letivo começa mais cedo, na Irlanda do Norte a partir de 24 de agosto e no País de Gales a partir de 01 de setembro.
O Reino Unido registou até agora 46.574 mortes, o número mais alto na Europa e o terceiro maior no mundo atrás dos EUA e Brasil.
Apesar de o valor estar em declínio, bem como o de pacientes hospitalizados, o número de casos tem vindo a subir nos últimos dias.
[Notícia atualizada às 14h30]