Depois de, pelo menos, quatro ministros que compunham o governo libanês se terem demitido, o primeiro-ministro, Hassan Diab, anunciou esta tarde, de segunda-feira, a sua demissão.
Dirigindo-se ao país, no palácio presidencial, Diab afirmou que a explosão, que ocorreu no passado dia 4, foi resultado de uma "corrupção endémica" na política do país.
O chefe do governo, que se reivindica como "independente" e o líder de "uma equipa de tecnocratas", culpou "a classe política tradicional pelos fracassos do executivo" e até pela tragédia, que vitimou dezenas de pessoas, deixou feridas milhares e desalojou cerca de 300 mil.
"Descobri que a corrupção institucionalizada era mais forte que o Estado", afirmou Hassan Diab.
A demissão do executivo está relacionada com as explosões no porto de Beirute, que provocaram pelo menos 160 mortos e mais de seis mil feridos.
Esta "verdadeira catástrofe", como assim definiu o primeiro-ministro libanês, aconteceu numa altura em que o país enfrenta uma grave crise económica e social, marcada por vários protestos.
A notícia de que Hassan Diab entregaria esta segunda-feira o seu pedido de demissão foi avançada, ao início da tarde, pelo ministro Hamad Hassan.
Imagens captadas pela agência Reuters mostram o ambiente que se vive nas ruas de Beirute, onde pelo terceiro dia consecutivo dezenas de pessoas se envolveram em confrontos com as forças de segurança libanesas no centro da capital.
Os manifestantes lançaram pedras e atearam alguns focos de incêndio, com os agentes a responderem com o lançamento de gás lacrimogéneo.
[Notícia atualizada às 19h13]