Segundo um comunicado divulgado pelo exército iraquiano, o 'drone' [aparelho aéreo não-tripulado] atingiu um veículo que pertencia à Guarda de Fronteira, no município de Bradost, no norte de Irbil, e o ataque causou a morte a dois comandantes e ao motorista do veículo.
Mohammed Rushdi, comandante da 2.ª Brigada dos Guardas de Fronteira e Zubair Hali, comandante do 3.º Regimento, morreram na sequência do ataque, explicou à agência AP o autarca de Bradost, Ihsan Chelebi, acrescentando que estão a ser estabelecidos novos postos naquela área.
A AP realça ainda que até agora o exército turco ainda não comentou o sucedido.
Segundo dois oficiais de segurança iraquiana, os comandantes da Guarda de Fronteira estavam reunidos secretamente com membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) durante o ataque.
A Turquia considera o PKK uma organização terrorista e já bombardeou várias zonas onde estes estão posicionados no norte do Iraque em operações anteriores.
A mesma fonte disse ainda que outras cinco pessoas também morreram no ataque, sem especificar se eram militares ou civis.
Uma fonte do PKK no norte do Iraque disse que a reunião aconteceu em Bradost e que tinha como objetivo "trazer estabilidade à área".
Os funcionários falaram sob condição de anonimato, seguindo os regulamentos.
Em 17 de junho, Ancara lançou uma ofensiva aérea e terrestre na região de Haftanin, a cerca de 15 quilómetros da fronteira entre a Turquia e o Iraque.
Esta operação causou desagrado entre as autoridades iraquianas, que em duas ocasiões convocaram o embaixador da Turquia em Bagdade para entregar uma nota de protesto.
A morte de altos funcionários iraquianos deve prejudicar ainda mais as relações entre os dois países.
Os turcos têm defendido as suas operações no norte do Iraque, explicando que nem o Governo iraquiano, nem a administração regional curda iraquiana agiram de forma a erradicar os insurgentes do PKK, que alegadamente utilizam aquele território para lançar ataques contra a Turquia.