Os acordos de princípio, com a condição de que as vacinas se revelem eficazes, são de 60 milhões de doses da vacina NVX-CoV2373 em desenvolvimento pela farmacêutica norte-americana Novavax, e de 30 milhões de doses da vacina Ad26.COV2.S, da farmacêutica belga Janssen, que faz parte do grupo Johnson and Johnson.
No âmbito dos contratos, o Reino Unido vai cofinanciar e participar na realização dos testes clínicos das duas vacinas experimentais e, se estes forem bem-sucedidos, a expectativa é que as vacinas estejam disponíveis em meados de 2021.
Kate Bingham, presidente do grupo de trabalho do Governo britânico para as vacinas, explicou hoje à BBC que a vacina da Janssen está avançada porque recebeu aprovação por autoridades reguladoras para uso médico contra o ébola e agora a empresa está a testar a mesma tecnologia contra o novo coronavírus.
Quando à Novavax, disse ser "provável que seja a primeira companhia a produzir uma vacina com base numa proteína" e cujos testes clínicos até agora mostraram resultados "muito encorajadores".
Juntamente com estes dois contratos, o governo já garantiu a encomenda de 340 milhões de doses de seis vacinas em desenvolvimento por vários laboratórios e farmacêuticas, um dos maiores volumes no mundo, apesar de ainda não existirem provas da sua eficácia.
O Reino Unido assinou anteriormente contratos para a compra de 100 milhões de doses da vacina da universidade de Oxford, 60 milhões da Valneva, 60 milhões da GSK/Sanofi e 30 milhões da BioNTech/Pfizer.
"Não há nenhuma vacina contra qualquer coronavírus humano. Não sabemos qual destas vai funcionar. Estamos a escolher as mais promissoras dos quatro tipos diferentes de vacinas e esperar que, se alguma mostrar que é eficaz, teremos direito sobre essa vacina", justificou Bingham.
O Reino Unido registou 18 mortes por COVID-19 na quinta-feira, aumentando o total acumulado desde o início da pandemia para 41.347 óbitos, um balanço inferior ao comunicado anteriormente devido a uma alteração na metodologia de contabilização.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 750 mil mortos e infetou quase 21 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.