Entre os detidos está Dechathorn Bamrungmuang, um membro importante do 'Rap Contra a Ditadura'.
Os ativistas, que enfrentam acusações de sedição, pediram a renúncia do primeiro-ministro, o general Prayuth Chan-ocha.
Os protestos, alimentados por milhares de estudantes, são a ameaça mais séria para o general, que chegou ao poder através de um golpe militar em 2014 e que se manteve no cargo após uma polémica eleição em 2019, marcada por acusações de fraude.
Os manifestantes têm tornado públicas três exigências básicas: realização de novas eleições, emendas à constituição imposta pelos militares e fim da intimidação dos críticos do Governo.
Os líderes dos protestos geraram polémica no início do mês, quando expandiram as suas reivindicações originais, criticando publicamente a monarquia constitucional da Tailândia e divulgando um manifesto de dez pontos no qual pediram reformas.
Uma ação sem precedentes, já que a monarquia é considerada sacrossanta, com a legislação a prever penas de prisão até 15 anos para qualquer pessoa considerada culpada de difamar o rei.
A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) já veio exigir que as autoridades tailandesas retirem todas as acusações e libertem os ativistas pró-democracia.
"As repetidas promessas do Governo tailandês de ouvir vozes dissidentes provaram ser desprovidas de sentido, à medida que a repressão aos ativistas pró-democracia continua inabalável", criticou o diretor da Human Rights Watch para a Ásia, Brad Adams.
Também na quarta-feira, cerca de 400 alunos, de uniforme escolar e fitas brancas, um símbolo do protesto, juntaram as suas vozes ao movimento antigovernamental e fizeram saudações com três dedos, um sinal de resistência 'importado' do filme "Jogos da Fome".
A imagem do governo foi manchada por escândalos de corrupção pelos quais ninguém foi responsabilizado e a economia está em crise, algo que já era visível antes das medidas tomadas para enfrentar a pandemia e que devastaram a indústria do turismo, a principal fonte de receitas nacional.