Abedi recusou assistir à audiência na qual foi pronunciada a sentença num tribunal criminal de Londres, para onde foi transportado da prisão de segurança máxima de Belmarsh.
Hashem Abedi, que negou o envolvimento no atentado, já tinha sido dado como culpado da morte de 22 pessoas no ataque, reivindicado pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), em 17 de março passado, mas a sentença foi adiada devido às restrições decorrentes da pandemia de covid-19.
Foi também considerado culpado nas acusações de tentativa de homicídio e de conspiração para colocar em perigo a vida de outra pessoa.
O juiz Jeremy Baker disse durante a audiência que os dois irmãos eram "igualmente culpados pelas mortes e ferimentos causados pela explosão".
"Embora Salman Abedi tenha sido o responsável direto, era claro que o réu desempenhou um papel indispensável no planeamento", acrescentou o magistrado.
O juiz disse que se o Hashem tivesse mais de 21 anos no momento da explosão, teria recebido uma "pena de prisão perpétua". Em vez disso, foi sentenciado a cumprir um mínimo de 55 anos antes de poder pedir liberdade condicional.
"O réu deve perceber claramente que o prazo mínimo que deve cumprir é de 55 anos. Ele pode nunca ser libertado", vincou Baker, que referiu ter existido um "grau significativo de premeditação" e que a motivação dos irmãos era "promover a ideologia do islamismo".
Salman Abedi fez-se explodir com uma bomba a 22 de maio de 2017, em Manchester (norte de Inglaterra), à saída de uma sala de espetáculos com capacidade para acolher cerca de 21.000 pessoas, onde tinha atuado a cantora norte-americana Ariana Grande. A maioria das vítimas era adolescente.
Na altura do atentado, Hashem Abedi encontrava-se na Líbia, país natal, para onde partiu cerca de um mês antes do atentado.
Hashem Abedi acabaria por ser detido a 17 de julho de 2019 à sua chegada a Londres, após ter sido extraditado pelas autoridades judiciais líbias.
Além das 22 mortes, o atentado provocou também "237 feridos fisicamente", 28 deles com "muita gravidade", sublinhou o procurador Duncan Penny no decurso da sessão de hoje, tendo outras 670 ficado "traumatizadas psicologicamente".