"A situação no Brasil estabilizou-se um pouco em termos do número de infeções detetadas por semana e certamente a pressão deve ter diminuído nos serviços de cuidados intensivos", disse Ryan, numa conferência de imprensa em Genebra, Suíça.
A aceleração dos casos parou em várias regiões e há "uma queda nítida" em outras, acrescentou o diretor.
Ryan afirmou ainda que o Brasil vive uma fase crucial "em que parece que as coisas podem melhorar" e incentivou as autoridades locais a aproveitarem o momento para fazerem o que for necessário para confirmar essa tendência.
Até à semana passada, a média diária no Brasil ultrapassava o milhar de mortes e os 40 mil casos de infeção, mas os números diminuíram ligeiramente, e o balanço diário de óbitos está agora abaixo de mil.
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, a região centro-oeste do país é a única que continua a registar um crescimento do número médio de mortes, principalmente nas unidades federativas de Goiás e Distrito Federal, sendo as reduções mais acentuadas no nordeste, à exceção do estado da Bahia.
No Brasil, país sul-americano com mais de 8,5 milhões de quilómetros quadrados e 210 milhões de habitantes, onde predomina uma grande variedade de condições climáticas, geográficas e socioeconómicas, a pandemia foi-se desenvolvendo em diversos momentos, o que estendeu no tempo os efeitos causados pela crise, como o desemprego.
Para amenizar a situação, o Presidente Jair Bolsonaro anunciou na sexta-feira que prorrogará até dezembro o subsídio que o Governo vem concedendo aos mais pobres e desempregados afetados pela pandemia, embora com um valor diferente, que ainda não foi definido.
Desde abril, o executivo de Bolsonaro atribui um subsídio mensal de 600 reais (90,5 euros) aos mais necessitados.
O Brasil totaliza 113.358 óbitos e 3.532.330 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, registada oficialmente no país em 26 de fevereiro, sendo o segundo país mais atingido pela doença no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 793.847 mortos e infetou mais de 22,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.