Turquia acusa a Grécia de não respeitar as minorias religiosas

O Governo turco rejeitou hoje as críticas da Grécia pela conversão de uma antiga basílica bizantina em Istambul, que funcionou como museu por 75 anos, numa mesquita, garantindo que é aquele país que não respeita as minorias religiosas.

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Lusa
22/08/2020 11:47 ‧ 22/08/2020 por Lusa

Mundo

Turquia

"A Grécia, tendo convertido mesquitas que fazem parte do património cultural otomano em seu território, é o último país que pode dizer algo à Turquia sobre os direitos religiosos", denunciou numa nota o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.

Atenas criticou na sexta-feira a decisão do Presidente turco, o conservador islâmico Recep Tayyip Erdogan, de converter a igreja de Chora numa mesquita.

A basílica foi construída no século VI, transformada em mesquita após a conquista de Constantinopla pelos otomanos em 1453 e posteriormente convertida num museu em 1945.

A igreja tem vários frescos e mosaicos do século XIV e é considerada um dos melhores exemplos de arte bizantina.

A Grécia descreveu a decisão como um "novo desafio" contra a comunidade internacional, após a conversão em mesquita da Hagia Sophia, em Istambul, o monumento mais famoso da Turquia e que também foi uma basílica bizantina, mesquita e um museu secular entre 1934 e julho passado.

Diante das críticas gregas, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco disse hoje que "a Mesquita de Chora é propriedade da Turquia, assim como a Grande Mesquita de Hagia Sophia" e que a mudança no uso do edifício "não contradiz a Convenção da Unesco sobre a sua proteção", como Atenas denunciou na sexta-feira.

Depois de inaugurado como museu, a igreja de Chora passou por um longo processo de restauração para revelar os frescos e mosaicos originais, cobertos com gesso durante a sua utilização como mesquita.

Em novembro de 2019, o principal tribunal administrativo do país abriu caminho para a conversão da basílica em mesquita, determinando que a decisão do Governo de converter o edifício em museu era ilegal e violava um decreto otomano que o designava como centro de culto muçulmano.

Os efeitos práticos desta decisão ainda não são conhecidos, já que o Islão rejeita a presença de imagens nos seus templos, mas espera-se que o Governo recorra ao método usado na antiga igreja bizantina de Trabizond, também convertida em mesquita, colocando dossel para evitar que os mosaicos apareçam.

 

 

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