Segundo Vilnius, um helicóptero militar bielorrusso violou no domingo o espaço aéreo da Lituânia, membro da União Europeia e da NATO, minutos antes de milhares de lituanos formarem um cordão humano ao longo dos cerca de 30 quilómetros entre a capital lituana e a fronteira com a Bielorrússia.
"O embaixador da Bielorrússia foi convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e foi entregue uma nota de protesto por violação das fronteiras do Estado", declarou o ministério lituano em comunicado.
O Ministério da Defesa da Bielorrússia afirmou, por seu lado, ter contrariado uma "tentativa de violação" do seu espaço aéreo por "uma sonda composta por oito balões com símbolos antigovernamentais".
"Graças à reação firme das tripulações de helicópteros Mi-24 das forças de defesa aérea, o voo dos balões foi travado sem recurso a armas", afirmou o ministério bielorrusso num comunicado.
A Bielorrússia entrou hoje na terceira semana de protestos populares, na sequência das eleições de 09 de agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziram Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, a um sexto mandato, com 80% dos votos.
A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.
A capital da Lituânia, Vilnius, dista apenas cerca de 170 quilómetros da capital bielorrussa, Minsk, e o país acolhe muitos bielorrussos no exílio.
A principal adversária de Lukashenko nas presidenciais, Svetlana Tikhanovskaya, que segundo os números oficiais obteve 10% dos votos, refugiou-se na Lituânia dois dias após as eleições.