Melo convicto que próxima administração dos EUA vai manter compromissos

 O ministro da Defesa manifestou-se hoje convicto de que a próxima administração norte-americana vai manter os seus compromissos no mundo e na NATO, e afirmou que a presença de soldados ocidentais na Ucrânia "não está em cima da mesa".

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Lusa
09/01/2025 15:21 ‧ há 9 horas por Lusa

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Estas duas posições do ministro da Defesa Nacional português, Nuno Melo, foram manifestadas à agência Lusa à margem da margem da 25.ª reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que decorre na base aérea norte-americana de Ramstein, na Alemanha, com a presença do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

 

Nuno Melo foi interrogado sobre se acredita que a nova administração norte-americana, liderada pelo republicano Donald Trump e que vai tomar posse no dia 20, manterá o apoio à Ucrânia, e se poderá ter tentações de invadir outros países, depois de o Presidente eleito ter anunciado a intenção de anexar a Gronelândia, o Canadá e o Canal do Panamá.

"Eu acredito que, em democracia, os Estados estão acima dos governos e das administrações. E, por isso, mais do que um desejo, aquilo em que eu também acredito, é que a administração norte-americana próxima, tal qual a atual, terá como primeiro propósito assegurar os compromissos dos Estados Unidos no mundo e, mais do que isso, as obrigações dos Estados Unidos no âmbito da NATO, porque os Estados Unidos são um parceiro fundamental da NATO e nós somos aliados aos Estados Unidos", respondeu Nuno Melo.

Na opinião do também presidente do CDS-PP, "os Estados Unidos, enquanto nação, não põe em causa esta que é a avaliação do próprio destino do mundo e do papel no mundo dos Estados Unidos em função de uma eleição".

Esta manhã, no início dos trabalhos em Ramstein, o presidente da Ucrânia considerou que "seria uma loucura" deixar cair as coligações estabelecidas desde o início do conflito com os países aliados e retomou uma ideia do Presidente francês, Emmanuel Macron, no ano passado, de envio de tropas ocidentais para a Ucrânia.

Questionado sobre esta possibilidade levantada por Zelensky, Nuno Melo respondeu que essa "é uma hipótese que não está em cima da mesa".

"Eu percebo na perspetiva de quem está a combater que o desejo será ter consigo as melhores possibilidades de levar avante o seu propósito, o que não invalida, no que tem a ver com a NATO e com os aliados, que isso não está sequer em cima da mesa. O que está em cima da mesa é o que hoje estivemos aqui a ponderar, através de uma ajuda aos ucranianos para que possam vencer", acrescentou.

"Os ucranianos lutam para que nós, europeus, não tenhamos de combater e de morrer. E, por isso, aquilo que nós entregamos não é despesa, é investimento, e sabemos que estamos do lado de quem combate pela liberdade, pelo seu país, pela sua soberania, pelo respeito das suas fronteiras, contra os que violam essas fronteiras, não têm respeito pelo direito internacional e têm propósitos que nós, Estado de Direito Democrático, não podemos consentir", sublinhou.

Na terça-feira, o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, defendeu que a contribuição dos Estados-membros da NATO deveria corresponder a 5% dos respetivos produtos internos brutos (PIB), mais do dobro dos atuais 2%.

Nuno Melo insistiu que o que está estabelecido é Portugal atingir a meta dos 2% até 2029, o que "não significa que estas metas não possam ser alteradas pelo caminho, dependendo das circunstâncias" - algo também já admitido pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

O denominado Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia - conhecido como grupo Ramstein - é composto por mais de 50 nações aliadas que se reúnem para coordenar o apoio militar àquele país, invadido pela Federação Russa há quase três anos.

Este grupo, liderado pelos Estados Unidos da América (EUA), foi criado em abril de 2022 na base de Ramstein, com a participação dos ministros da Defesa de mais de 40 países, incluindo de Portugal.

A reunião decorre a 11 dias da tomada de posse do próximo Presidente dos Estados Unidos da América, o republicano Donald Trump, que já criticou os biliões de dólares libertados pela administração Biden para a Ucrânia, numa altura em que ainda não se sabe qual será o futuro do apoio dos norte-americanos a Kyiv ou se estas reuniões vão continuar com este formato.

[Notícia atualizada às 15h28]

Leia Também: Ministro diz que Portugal deverá superar em cinco milhões ajuda a Kyiv

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