Albares "manterá encontros com representantes da nova administração e da sociedade civil síria", um mês após a queda do regime de Bashar al-Assad, em 08 de dezembro de 2024, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Espanha.
O ministro pretende ainda "encontrar-se com líderes das minorias étnicas e religiosas do país e com mulheres da sociedade civil, assim como com organizações humanitárias".
"Prevê também visitar a prisão de Sednaya, em memória das vítimas do regime de Al-Assad", e assistir ao içar da bandeira de Espanha no edifício da embaixada em Damasco, de onde foi retirada em 2012, coincidindo com a saída do embaixador espanhol da Síria, segundo o mesmo comunicado.
Em 03 de janeiro, também os MNE da Alemanha (Annalena Baerbock) e da França (Jean-Noel Barrot) visitaram Damasco e reuniram-se com as novas autoridades do país, numa visita conjunta. O vice-primeiro-ministro e chefe da diplomacia de Itália, Antonio Tajani, tem prevista uma deslocação à capital síria esta sexta-feira.
França e Alemanha defenderam nos últimos dias o levantamento de algumas das sanções impostas pela UE à Síria, nomeadamente, as que dificultam o acesso a ajuda humanitária.
Anteriormente, em 19 de dezembro, na sequência de uma reunião do Conselho Europeu, os presidentes e primeiros-ministros da UE apelaram à Comissão Europeia para "encontrar opções para apoiar a população" da Síria.
Após 13 anos de guerra, grupos armados liderados pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em árabe) tomaram a capital síria, Damasco, a 08 de dezembro e depuseram o presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.
O governo de transição está a pressionar para o levantamento das sanções internacionais contra o país, mas muitas capitais, incluindo Washington, afirmaram esperar para ver como as novas autoridades exercem o seu poder antes de levantarem as restrições.
Os Estados Unidos aliviaram na segunda-feira algumas restrições para permitir a entrada de ajuda humanitária, uma medida que, porém, não levanta as sanções à Síria, um país devastado por mais de uma década de guerra civil.
Ainda assim, a deisão de Washington é vista como uma demonstração limitada de apoio ao novo executivo de transição, liderado pelos rebeldes que afastaram Bashar al-Assad.
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