Trump ordena intervenção do exército em Kenosha, ao 3.º dia de protestos

Os protestos contra a violência policial intensificaram-se em Kenosha, no Wisconsin, a partir de domingo, quando um homem de 29 anos foi alvejado sete vezes nas costas, por um polícia. Na terça-feira, duas pessoas morreram e uma ficou ferida.

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© REUTERS/Brendan McDermid

Anabela Sousa Dantas
26/08/2020 19:30 ‧ 26/08/2020 por Anabela Sousa Dantas

Mundo

Jacob Blake

Donald Trump anunciou que irá enviar a Guarda Nacional norte-americana esta quarta-feira para a cidade de Kenosha, no estado de Wisconsin, que conta hoje o terceiro dia consecutivo de protestos contra a violência policial, depois de um afro-americano ter sido baleado sete vezes por um polícia, em frente aos filhos.

"Não vamos tolerar pilhagens, incêndios, violência e anarquia nas ruas da América", indicou o presidente norte-americano, através do Twitter, onde explicou que falou por telefone com, Tony Evers, governador do estado do Wisconsin e que ele aceitou "ajuda federal".

"Hoje, enviarei autoridades federais e a Guarda Nacional para Kenosha, Wisconsin, para restaurar a lei e a ordem", completou o líder republicano.

Tony Evers, governador democrata, confirmou, pouco depois, que foi autorizado o destacamento de 500 elementos da Guarda Nacional do Exército, para apoiar as forças de autoridade locais. Nas redes sociais, Evers estendeu condolências aos familiares das vítimas dos protestos e condenou a violência "contra qualquer pessoa", indicando que já foi feita uma detenção com relação às mortes ocorridas nos protestos de terça-feira.

Apoiando o direito à manifestação, o governador apelou a que esta seja realizada "de forma pacífica e em segurança". 

O gabinete do governador do Wisconsin desmentiu, mais tarde, que o estado tenha aceite ajuda federal, explicando que esta ajuda foi recusada pela segunda vez, tendo sido aceite ajuda estatal.

Jacob Blake, de 29 anos de idade, foi alvejado sete vezes nas costas, no domingo, quando caminhava para o carro, onde estavam os seus filhos, que assistiram a todo o incidente. Um vídeo captado por um telemóvel mostra o afro-americano, acompanhado por dois agentes policiais brancos com armas em punho, enquanto contorna um veículo. O homem é encaminhado para o interior do veículo e, assim que abre a porta e tenta instalar-se no lugar do condutor, um polícia puxa-lhe a camisa e dispara vários tiros nas costas.

Blake permanece internado no Hospital Froedtert, em Milwaukee, tendo os seus familiares indicado que está paralisado da cintura para baixo e que "só por milagre voltará a andar".

O incidente em que Blake foi ferido ocorreu dias depois de manifestações sobre a morte de George Floyd, que foi sufocado por um polícia branco em Minneapolis, no Minnesota, a 25 de maio.

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