As imagens lembram "centenas de outras presumíveis confissões forçadas" transmitidas pela televisão estatal iraniana "na última década", segundo a agência norte-americana Associated Press.
Navid Afkari, 27 anos, apresentado como um jovem lutador, foi declarado culpado de "homicídio voluntário" de um funcionário da empresa pública de água em Shiraz, no sul, apunhalado em 2 de agosto de 2018.
O caso é alvo de uma campanha nas redes sociais, que retrata Navid e os seus irmãos Vahid e Habib, condenados a 54 e 27 anos de prisão respetivamente, como vítimas escolhidas devido à participação em protestos contra o Governo iraniano.
"Soube que o Irão se prepara para executar uma grande estrela da luta, Navid Afkari, de 27 anos, que apenas participou numa manifestação antigovernamental", escreveu o Presidente Donald Trump na rede social Twitter na sexta-feira.
"À atenção dos dirigentes iranianos. Apreciaria verdadeiramente que poupassem a vida deste jovem e que não o executassem. Obrigado!", adiantou.
No mesmo dia, a agência noticiosa semioficial Tasnim rejeitou a mensagem do Presidente dos Estados Unidos.
"Trump está preocupado com a vida de um assassino enquanto coloca a vida de muitos doentes iranianos em perigo ao impor sanções severas", que afetam também os hospitais, indicou.
Washington restabeleceu duras sanções económicas ao Irão após ter abandonado em meados de 2018 o acordo nuclear de Teerão com as grandes potências, assinado em 2015.
As imagens transmitidas pela televisão estatal no sábado mostram os pais chorosos da vítima mortal e Navid Afkari sentado numa motocicleta a dizer que apunhalou Hassam Torkaman pelas costas, sem explicar porque teria cometido o ataque.
Um relatório recente das Nações Unidas refere "um padrão generalizado de funcionários que usam a tortura para conseguir falsas confissões" dos que protestam contra o Governo na República Islâmica.
A rapidez com que o Irão transmitiu a confissão de Afkari na televisão pode indicar que pretende executá-lo, segundo a AP, que adianta que Trump escreveu no início do ano no Twitter sobre outros três homens que deveriam ser executados e que mais tarde conseguiram um novo julgamento.
Com pelo menos 251 execuções em 2019, o Irão é, depois da China, o país que mais recorre à pena capital, segundo o mais recente relatório mundial sobre a pena de morte publicado pela Amnistia Internacional.