Na sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o Bahrein é a mais recente nação árabe a normalizar relações com Israel, um mês depois do acordo entre os Emirados Árabes Unidos e o Estado judeu.
Trump anunciou o acordo após um telefonema a três que teve com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o rei do Bahrein, Hamad bin Isa al Khalifa, após o qual estes líderes emitiram uma breve declaração.
"Mais uma vitória histórica!", escreveu Trump, na sua conta pessoal da rede social Twitter.
Em reação, a Turquia "condenou veementemente" o acordo entre Israel e Bahrein, vendo-o como um "novo golpe" para a causa palestiniana.
"Este é mais um golpe nos esforços para defender a causa palestiniana e que fortalece Israel nas suas práticas ilegais em relação à Palestina e às suas tentativas de tornar permanente a ocupação dos territórios palestinianos", disse Ancara em comunicado.
Este acordo, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia, é contrário à Iniciativa de Paz Árabe, que preconiza a retirada total do Estado de Israel dos territórios árabes ocupados desde 1967 para o fim do conflito israelo-palestiniano.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já havia condenado, no mês passado, o acordo de normalização entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, e ameaçado suspender as relações diplomáticas com este Estado do Golfo.
Também o Irão acusou hoje o Bahrein de alimentar a instabilidade na região ao aproximar-se de Israel.
"Os líderes do Bahrein serão doravante cúmplices dos crimes do regime sionista, como uma ameaça constante à segurança da região e do mundo muçulmano", disse em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão.
No passado, a resolução do conflito israelo-palestiniano era vista como uma condição 'sine qua non' para a normalização das relações entre Israel e o resto dos países árabes.
Bahrein, um reino governado por uma dinastia sunita e que conta com grande população xiita, tem relações próximas com os Estados Unidos.
Bahrein e Israel partilham a mesma hostilidade em relação ao Irão, com o Bahrein a acusar Teerão de instrumentalizar a comunidade xiita contra a dinastia sunita governante.
A Autoridade Palestiniana e o movimento islâmico Hamas (que controla a Faixa de Gaza) também criticaram o anúncio da reaproximação entre Israel e o Bahrein.
Por outro lado, o Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, saudou um "acordo histórico", considerando um passo importante para a estabilidade e a paz no Médio Oriente e "que permitirá encontrar uma solução justa e permanente para a causa palestiniana".
Normalizar as relações entre Israel e os aliados dos Estados Unidos no Médio Oriente, incluindo as ricas monarquias do Golfo, é um objetivo fundamental da estratégia regional de Donald Trump.
Com este acordo, o Bahrein torna-se o quarto país árabe a estabelecer relações diplomáticas com o Estado hebraico, depois da Jordânia (1994), Egito (1979) e Emirados Árabes Unidos (2020).