"França saúda o anúncio do estabelecimento de relações diplomáticas entre o reino do Bahrein e Israel", disse Agnès von der Mühll, sublinhando, porém, que "a nova dinâmica em que este anúncio é feito deve contribuir para a paz e estabilidade da região".
"É necessário, portanto, que a suspensão da anexação de territórios palestinianos se torne numa medida definitiva e que sejam retomadas as negociações diretas entre israelitas e palestinianos para o estabelecimento de dois Estados viáveis no enquadramento do direito internacional e dos parâmetros acordados", acrescentou a porta-voz.
Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que o Bahrein é a mais recente nação árabe a normalizar relações com Israel, um mês depois do acordo entre os Emirados Árabes Unidos e o Estado judeu.
Os chefes de diplomacia das duas monarquias do Golfo arábico e o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, devem assinar, na terça-feira, em Washington, na presença de Trump, os acordos oficiais de restabelecimento das relações diplomáticas.
Na perspetiva dos Emirados Árabes Unidos, em troca do acordo, Israel aceitou "colocar um termo à continuada anexação de territórios palestinianos", mas Netanyahu afirmou que embora a anexação de partes ocupadas da Cisjordânia esteja "adiada", Israel "não desistiu".
Enquanto isso, os palestinianos já apelaram à realização de manifestações contra os acordos que apelidam de "vergonhosos".
Na sexta-feira, a Autoridade da Palestina e o movimento islâmico Hamas criticaram o acordo entre Israel e o Bahrein em termos idênticos aos utilizados para rejeitar o acordo com os Emirados Árabes Unidos.
"O acordo entre Bahrein e Israel é uma punhalada nas costas da causa palestiniana e do povo palestino", disse Ahmad Majdalani, ministro dos Assuntos Sociais da Autoridade da Palestina.
O Hamas, que controla a faixa de Gaza, diz que o acordo é uma "agressão", que causa "graves danos" à causa palestiniana.
A normalização das relações de Israel com os aliados dos EUA no Médio Oriente, incluindo as ricas monarquias do Golfo, é um objetivo fundamental da estratégia regional do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para conter as aspirações do Irão, que considera ser uma ameaça para a paz na região.