"Estamos num ponto crítico dos nossos esforços para controlar a propagação deste vírus. Com o aumento das taxas de infeção, devemos usar todas as ferramentas à nossa disposição para prevenir a transmissão, incluindo a tecnologia mais recente", afirmou o ministro da Saúde, Matt Hancock.
Depois de tentar desenvolver a sua própria aplicação a nível nacional, entregando o desenvolvimento à unidade digital do serviço público de saúde (NHS), o Governo britânico recuou em meados de junho e abandonou o modelo de informação centralizada para adotar uma solução descentralizada privilegiada pelas plataformas Google e Apple, que dominam o mercado dos telemóveis 'smartphones'.
A NHS COVID-19, baseada na tecnologia 'bluetooth', alertará os utilizadores se eles passarem 15 minutos ou mais a dois metros de outro utilizador que posteriormente tenha testado positivo.
A aplicação também facilita o registo junto de estabelecimentos como bares e restaurantes com os dados pessoais, que passou a ser obrigatório, através de um leitor de códigos QR, e vai providenciar informação sobre o nível de risco na respetiva área de residência.
Além de inglês, a aplicação está disponível em várias línguas, como árabe, gujarati, punjabi, mandarim, turco, urdu e romeno, estando em desenvolvimento também versões em somali e polaco, idiomas de algumas comunidades étnicas particularmente afetadas pela pandemia e a quem as autoridades consideram importante chegar.
Irlanda do Norte e Escócia lançaram a sua própria aplicação no final de julho e início de setembro, respetivamente.
Christophe Fraser, professor da Universidade de Oxford e assessor científico do programa de rastreamento, disse ser "possível reduzir significativamente o número de casos de novo coronavírus, hospitalizações e mortes se apenas 15% da população descarregar a aplicação e seguir os conselhos de isolamento".
O Reino Unido é o país com maior número de mortos de covid-19 na Europa, 41.862 registados oficialmente até quarta-feira, embora o balanço real, incluindo os casos suspeitos atribuídos ao coronavírus, ultrapasse os 57 mil óbitos.
Na quarta-feira, o ministério da Saúde contabilizou 6.178 novas infeções, um recorde diário desde 01 de maio.
Para evitar um novo confinamento, o primeiro-ministro, Boris Johnson, anunciou na terça-feira restrições mais apertadas em Inglaterra, ao recomendar novamente o teletrabalho e impondo o encerramento às 22:00 horas de bares e restaurantes.