"Para dinamizar as ações, devemos instruir a nossa Comissão Conjunta Permanente, paralisada desde 2012, a reiniciar as suas atividades, identificando formas práticas de impulsionar a nossa cooperação, incluindo através do incentivo ao setor privado dos dois países", declarou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava na vila de Songo, na província de Tete, onde recebeu o seu homólogo do Maláui, Lazarus Chakwera, que efetuou hoje uma visita de trabalho a Moçambique.
Moçambique e Maláui partilham uma longa linha de fronteira a norte de Moçambique e mantém laços económicos e comerciais, principalmente no campo energético.
Durante sua intervenção, Filipe Nyusi reafirmou a intenção de "maximizar a cooperação" entre os dois países através dos corredores da Beira e Nacala, tendo em conta que o Maláui é um país sem acesso direto ao mar e precisa destes dois corredores para escoar os seus produtos através do oceano Índico.
"Moçambique está a fazer tudo, introduzindo reformas profundas, para criar condições que permitam maior fluidez e rapidez na circulação de pessoas e bens. Neste âmbito, consideramos essencial restabelecer a linha de Sena [no centro de Moçambique] com a linha ferroviária do Maláui", declarou Filipe Nyusi.
Também Lazarus Chakwera destacou a importância do reforço da ligação ferroviária entre os dois países, considerando que há potencialidades entre os dois Estados que devem ser aproveitadas.
Segundo o chefe de Estado do Maláui, além de assegurar a cooperação económica, no novo capítulo, a ambição é garantir uma resposta conjunta também contra o crime organizado na região.
"Estou feliz por saber que as relações entre o dois países continuam a crescer, razão pela qual reativamos também a comissão conjunta de defesa e segurança para garantir que entre os dois países haja um trabalho lado a lado de forma termos maior segurança para o nosso desenvolvimento económico ", declarou.
A visita de Lazarus Chakwera foi a primeira do estadista malauiano a Moçambique, desde a sua tomada de posse em julho de 2020.
Maláui compra energia elétrica de Moçambique e usa os corredores rodoviários moçambicanos para o seu comércio internacional.