Nas últimas 24 horas, o Instituto de Saúde Pública confirmou 6.584 novas infeções, 479 a mais do que no dia anterior, concentradas sobretudo em Amesterdão, onde foram registados 584 casos, seguido por Roterdão (433) e Haia (268).
Com estes dados, ao Países Baixos acumularam nos últimos 14 dias um total de 344,6 casos por 100.000 habitantes, bem acima da média da União Europeia, ficando atrás apenas da Bélgica (364,1) e da República Checa (432, 7).
De acordo com a Universidade de Johns Hopkins, os Países Baixos já registaram mais de 187 mil casos de covid-19, incluindo 6.654 mortes.
Existem atualmente 1.298 doentes com covid-19 internados em hospitais do país, 65 a mais que ontem, dos quais 252 estão em cuidados intensivos, de acordo com o Centro de Coordenação Nacional para Distribuição de Pacientes.
Se o número de internamentos continuar neste ritmo, este centro espera que haja cerca de 4.500 doentes com o novo coronavírus nos hospitais, já em novembro, muito mais do que houve durante o pico da pandemia em abril.
"Temos que achatar a curva o mais rápido possível. Caso contrário, estaremos a caminhar para uma redução significativa na assistência médica regular", alertou Ernst Kuipers, do Centro de Coordenação Nacional.
A Federação de Médicos Especialistas dos Países Baixos pediu ao Governo para tomar medidas mais rígidas e agir rapidamente, alegando que "esta onda de covid-19 assumiu a forma de um tsunami" para os hospitais locais.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro, Mark Rutte, prometeu estudar novas medidas, mas como o número de infeções disparou, convocou os seus ministros para reuniões no domingo e hoje, em Haia, para aferir quais as medidas que podem ser aplicadas, admitindo o encerramento da restauração.
Ao sair da reunião, o ministro da Saúde, Hugo de Jonge, reconheceu que os Países Baixos têm de se "preparar para medidas adicionais", que serão anunciadas esta terça-feira, em conferência de imprensa, porque os números de infeções nos últimos dias são "muito preocupantes".
Entre as medidas propostas, está a restrição de desportos coletivos para maiores de 18 anos (excluem-se os desportos profissionais), além de um limite de lotação para espaços públicos fechados, como lojas e teatros, onde o máximo passará a ser de 30 pessoas.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e setenta e sete mil mortos e mais de 37,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.