"Os poderes do presidente e do primeiro-ministro foram transferidos para mim", disse Japarov aos seus apoiantes, acrescentando que o presidente do Parlamento se recusou a assumir a Presidência do país, após a renúncia de Sooronbai Jeenbekov, hoje apresentada.
"Eu não me apego ao poder. Não quero entrar para a história do Quirguistão como o Presidente que derramou sangue, disparando sobre os cidadãos. É por isso que decidi renunciar", disse Jeenbekov, justificando o seu abandono do cargo de presidente, segundo um comunicado oficial.
Jeenbekov tinha prometido renunciar logo que o país conseguisse chegar a uma situação de estabilidade política, havendo lugar a novas eleições legislativas.
Os resultados das eleições do passado dia 4 foram anulados, após violentos protestos na rua da capital, com ocupação de edifícios, por causa de acusações de fraude, nomeadamente por atos de compra de votos, provocando uma crise política.
Sob pressão do primeiro-ministro, Jeenbekov acabou por renunciar, cedendo às pretensões dos nacionalistas, que vinham pedindo a sua saída.
Minutos depois do anúncio da renúncia do Presidente, o primeiro-ministro anunciou que concentraria, em simultâneo, os poderes de chefe do Governo e de chefe de Estado.
Sadyr Japarov cumpriu uma sentença de prisão, até ao início da semana passada, por participar na tomada de refém de um governador regional, tendo sido libertado pelos seus apoiantes, quando o caos se instalou depois das eleições contestadas.
Logo de seguido, Japarov tomou o lugar de primeiro-ministro, apesar da rejeição do ato por parte do Conselho de Coordenação - um órgão 'ad hoc' instalado após as eleições - e prometeu resolver a crise política instalada, através de novas eleições.