A chanceler alemã fez este sábado um apelo aos alemães para que evitem ou reduzam ao essencial todo o contacto social, um dia depois de uma reunião com os presidentes de câmara das 11 maiores cidades da Alemanha - principais focos de propagação do novo coronavírus no país - onde anunciou a imposição de novas restrições se o número de infeções não estabilizar em 10 dias.
"Temos que ir mais longe. Apelo-vos: estejam com menos pessoas, seja em casa ou na rua. Por favor, abstenham-se de fazer viagens que não sejam absolutamente essenciais, de celebrações que não sejam absolutamente essenciais. Fiquem em casa, sempre que possível", apelou Angela Merkel, no seu podcast semanal, que pode ser encontrado aqui e que foi citado pelo Der Spiegel.
A chanceler alemã admitiu que é um pedido “duro”, especialmente para alguns casos específicos, mas sublinhou que é uma medida temporária e que é feita “por todos nós”.
“Pela nossa própria saúde e de todos aqueles que podemos proteger da doença. Para que o nosso sistema de saúde não fique sobrecarregado, para que as escolas e creches dos nossos filhos permaneçam abertas. Pela nossa economia e pelos nossos empregos”, indicou.
A governante explicou que a Alemanha está “numa fase muito grave da pandemia do novo coronavírus”, numa altura em que a propagação está mais rápida do que em março e abril.
“O verão, relativamente relaxado, acabou, agora temos meses difíceis pela frente. Como será o inverno e como será o Natal vai ser decidido nos próximos dias e semanas”, disse, explicando que é preciso “fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que o vírus não se espalha de forma descontrolada”.
A atualização dos dados da Alemanha, este sábado, revelou mais um recorde de novos casos de infeção (7.830), pelo terceiro dia consecutivo. Assim, o número de infeções registadas desde o início da pandemia no país chega a 356.387, tendo sido contabilizados mais 33 óbitos nas 24 horas anteriores (no dia anterior tinham sido 24), o que eleva o total acumulado para 9.767 óbitos.