"Podem casar-se, mas não podem convidar milhares de pessoas para o casamento. O resultado é o mesmo, afinal, e é também mais barato", afirmou o governador do Estado norte-americano de Nova Iorque, o democrata Andrew Cuomo, ao anunciar, no sábado, a medida durante uma conferência de imprensa.
O casamento hassídico (corrente judaica), do neto de um rabino, iria realizar-se no bairro de Williamsburg, no distrito nova-iorquino de Brooklyn, onde vive uma grande comunidade judaica ortodoxa.
Em certas zonas de Brooklyn, em particular em várias áreas de maioria judaica ortodoxa, houve um aumento do número de casos de contágios pelo novo coronavírus em setembro, com as autoridades a ameaçarem com a retoma das medidas de confinamento se a situação não melhorar.
O bairro de Williamsburg não figura, no entanto, nas chamadas "zonas vermelhas", uma vez que não teve surtos de covid-19.
Recentemente, a comunidade judaica ortodoxa protestou em Nova Iorque contra as restrições localizadas que foram postas em prática para travar a pandemia, acusando as autoridades de estigmatização.
O governador de Nova Iorque ordenou, na semana passada, o encerramento do comércio não-essencial até ao fim do mês e limitou a 10 pessoas o acesso aos locais de culto nos bairros habitados por judeus ortodoxos.
A pandemia da covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais 39,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (218.602) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de oito milhões).
Nova Iorque foi o epicentro da pandemia nos Estados Unidos na primavera, com mais de 23.800 mortos na cidade, antes de conseguir controlar a situação à custa de severas restrições.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.