O Sudão vai tornar-se o terceiro país, desde setembro, a normalizar as relações com Israel, depois dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein, com intermediação dos Estados Unidos, de acordo com um anúncio feito hoje pelo Presidente Donald Trump.
"Que reviravolta formidável! Hoje Cartum diz sim à paz com Israel", comentou Netanyahu, num comunicado, referindo-se ao facto de estes dois países terem estado, por várias décadas, em barricadas radicalmente opostas no Médio Oriente.
"Os céus do Sudão já estão abertos para Israel", acrescentou Netanyahu, falando de "uma nova era, de paz verdadeira".
Donald Trump disse hoje que pelos menos cinco outros países querem restabelecer relações com Israel.
"E teremos muito mais do que isso, em breve", prometeu o Presidente norte-americano, após um telefonema com os líderes do Sudão e de Israel, feito a partir da Casa Branca e a que assistiram jornalistas.
"Espero que a Arábia Saudita seja um desses países", acrescentou Trump, assegurando que estas normalizações de relações terão "um tremendo impacto" na estabilização do Médio Oriente.
O restabelecimento de relações entre o Sudão e Israel tem um valor simbólico relevante.
Após a Guerra dos Seis Dias - que em 1967 viu Israel tomar a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza - a maioria dos líderes árabes reuniram-se no Sudão para adotar a resolução de Cartum, conhecida pelos seus "três nãos": não à paz com Israel, não ao reconhecimento de Israel, não às negociações com o estado hebraico.
"Delegações do Sudão e de Israel irão reunir-se em breve para discutir a cooperação em várias áreas, incluindo agricultura e comércio", acrescentou Netanyahu, que agradeceu aos líderes sudaneses e ao Presidente dos EUA por este novo acordo de normalização.