Merkel quer lançar processo de adesão da Albânia e Macedónia do Norte

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou hoje esperar um início das negociações para a adesão à União Europeia (UE) da República da Macedónia do Norte e da Albânia antes do fim da presidência alemã do Conselho, em dezembro.

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Lusa
10/11/2020 20:47 ‧ 10/11/2020 por Lusa

Mundo

União Europeia

"Espero que ainda seja possível organizarmos a conferência de adesão sob a nossa presidência", declarou Merkel num discurso transmitido 'online' durante um fórum de cooperação da UE com os países dos Balcãs Ocidentais, que é conhecido como o "Processo de Berlim" (lançado pela chanceler em 28 de agosto de 2014), que hoje decorreu na capital búlgara, Sófia.

Na segunda-feira, o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, já tinha avançado com esta meta de Berlim.

"Um dos objetivos da nossa presidência da UE (...) é fazer avançar o processo de alargamento e pretendemos fazê-lo nos próximos dias e semanas", afirmou na altura Heiko Maas.

Hoje, a chanceler alemã lembrou que o "Processo de Berlim" visa também trabalhar no sentido da "reconciliação" e da "superação das tensões históricas", apelando a um entendimento entre os líderes da região.

"É preciso dizer 'sim', encontrar um acordo! É muito importante", realçou Merkel ainda durante esta reunião co-presidida pela Bulgária e pela República da Macedónia do Norte, países que têm mantido várias divergências.

A Bulgária, um dos 27 que compõem o bloco comunitário, opôs-se ao início das negociações de adesão à UE com a Macedónia do Norte, previsto para 17 de novembro, recusando-se a reconhecer uma língua macedónia que, segundo defende, é um dialeto do búlgaro.

As autoridades de Sófia também têm insistido na "história comum" de um mesmo povo búlgaro até à criação, no final da Segunda Guerra Mundial, da República da Macedónia no âmbito da ex-Jugoslávia.

O primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borissov, e o seu homólogo da República da Macedónia do Norte, Zoran Zaev, encontraram-se hoje à margem do fórum.

Durante hoje à tarde, a agência norte-americana Associated Press (AP) avançou que Boyko Borissov prometeu o seu apoio aos países dos Balcãs Ocidentais em vias de integração na UE.

A região dos Balcãs Ocidentais é composta pela Albânia e mais quatro antigas repúblicas jugoslavas, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, República da Macedónia do Norte e Montenegro.

Nenhum destes países é membro da UE e todos estão em diferentes estágios do processo de adesão.

"Não esqueçamos que os Balcãs Ocidentais juntos representam um mercado de cerca de 20 milhões de pessoas. Isto dará perspetivas aos jovens que estão a emigrar a um ritmo acelerado e irá procurar uma resposta adequada à crise demográfica, à cooperação regional e às boas relações de vizinhança", declarou o primeiro-ministro búlgaro, citado pela AP.

Durante este fórum que decorreu a partir de Sófia foram adotadas duas declarações para a criação de um mercado regional comum e de uma agenda regional em matérias ambientais, com base nos padrões da UE.

O "Processo de Berlim" foi lançado por Merkel em 2014 para apoiar a integração europeia dos países dos Balcãs Ocidentais e está centrado em três grandes áreas: economia e conectividade, reconciliação e boas relações de vizinhança, e segurança.

A próxima cimeira deste processo de cooperação será realizada no próximo ano na capital alemã, Berlim, segundo anunciou Angela Merkel no final do fórum.

A Alemanha assumiu a 01 de julho a presidência do Conselho da UE por seis meses, até final de dezembro.

Depois de Berlim, Portugal assume a cadeira da presidência europeia em janeiro de 2021 (até 30 junho).

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