"news_bold">"Na minha agenda só há um tema: garantir a estabilidade no meu país. Não há qualquer outro assunto", disse Nikol Pachinian durante uma videoconferência de imprensa, na qual foi questionado sobre a possibilidade de renunciar ao cargo, como exige a oposição nas ruas de Erevan.
O governante voltou no entanto a reconhecer a sua responsabilidade na derrota em Nagorno-Karabakh.
"Entendo que devo enfrentar o julgamento do meu povo. Mas neste caso o povo deve conhecer todas as circunstâncias, deve dialogar com os militares, com a oposição, com o Governo, disse.
Na sua página do Facebook, Pachinian apelou à oposição para renunciar à violência.
"A violência ou os apelos à violência, em particular a violência armada, não podem em caso algum ser um meio de ação", escreveu o primeiro-ministro, que chegou ao poder na sequência de uma revolução pacífica em 2018.
"Aguardo que a oposição declare claramente que exclui todas as ações violentas, disse.
Após seis semanas de combates mortíferos no Nagorno-Karabakh, enclave separatista de maioria arménia em território do Azerbaijão, foi firmado há uma semana um "cessar-fogo total" entre Baku e Erevan sob a égide da Rússia.
O primeiro-ministro arménio disse, no Facebook, que a assinatura do acordo foi "incrivelmente dolorosa", mas que a decisão se mostrou necessária "depois de uma análise aprofundada da situação militar", aludindo aos avanços do Azerbaijão.
Desde o anúncio do acordo, considerado humilhante para a Arménia, a oposição apela à demissão de Pachinian, visto como um traidor.
No sábado, as autoridades denunciaram uma conspiração para assassinar o primeiro-ministro e anunciaram a detenção de um dirigente da oposição, Artour Vanetsian, antigo dirigente dos serviços de segudança.
Vanetsian, dirigente do partido da oposição "Pátria" (centro-direita), foi libertado no domingo por um tribunal de Erevan que considerou que a detenção não tinha base jurídica válida.
A região de Nagorno-Karabakh situa-se dentro dos limites do território do Azerbaijão, mas está sob controlo de forças locais etnicamente arménias, apoiadas pela Arménia desde 1994.
A última série de combates começou no dia 27 de setembro e provocou centenas de mortos.