O desenvolvimento do futuro míssil foi objeto de um memorando de entendimento assinado na segunda-feira pela Força Aérea Brasileira (FAB) e a Avibras Indústria Aeroespacial, fabricante brasileira com longa experiência na produção desse tipo de arma, segundo um comunicado divulgado hoje pelo comando da Aeronáutica.
O objetivo do acordo é poder desenvolver um míssil de cruzeiro de longo alcance de tecnologia totalmente brasileira, com propulsão baseada em motor a reação, para lançamento a partir de plataformas aéreas.
O documento firmado formalizou a intenção da Avibras de desenvolver uma família de mísseis de cruzeiro para as novas aeronaves de combate e a oferta da Força Aérea em contribuir com a sua experiência e conhecimento para o projeto.
O acordo visa o desenvolvimento de "um produto confiável, eficiente e de tecnologia de ponta que possa atender às necessidades operacionais da Força Aérea", segundo o comunicado.
"Trata-se de um marco para a Força Aérea já que este documento sintetiza tudo o que pensamos e discutimos, e agora estamos a dar os primeiros passos para colocá-lo em prática", disse o Comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti Bermudez.
Segundo o oficial, este é um dos principais projetos estratégicos da FAB para os próximos anos, já que prevê um produto "para uso real de um avião de guerra, que é o F-39 Gripen.
"Agora vamos, de facto, trabalhar num projeto que vai fazer a diferença para o país", afirmou por sua vez o presidente da Avibras, João Brasil Carvalho Leite.
O Brasil encomendou 36 aeronaves de uma versão especial do avião de combate Gripen, que foi desenvolvido pela SAAB em conjunto com a fabricante brasileira de aeronaves Embraer.
Após um primeiro lote de aeronaves fabricado na Suécia, a produção será transferida para as fábricas no Brasil da Embraer, principal beneficiária do acordo de transferência de tecnologia que a SAAB firmou com o Governo brasileiro.
A FAB, que receberá todas as unidades encomendadas até 2026, substituirá vários caças da sua frota, principalmente os F-5 e os Mirage 2000, que já estão obsoletos.