UE respondeu melhor à crise económica da pandemia do que à de 2008

A União Europeia deu uma resposta mais forte aos impactos económicos causados pela pandemia de covid-19 do que a crises passadas, afirmou Durão Barroso, antigo presidente da Comissão Europeia e antigo primeiro-ministro de Portugal.

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Lusa
26/11/2020 17:37 ‧ 26/11/2020 por Lusa

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Covid-19

 

Barroso, que intervinha num 'webinar' organizado pelo Programa Europa do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), no Brasil, com o tema "Europa num mundo pós-pandémico: Cenários geopolíticos, económicos e sociais", comparou a crise económica causada pela pandemia com a crise na zona do euro em 2008.

"Esta não é uma crise financeira, é uma pandemia, uma crise de saúde pública que está tendo um grande impacto económico e financeiro. De certa maneira [a crise causada pela pandemia é] maior [do que a crise de 2008] porque a queda do Produto Interno Bruto (PIB) está se tornando maior não só na Europa, mas em vários países do mundo", avaliou.

Durão Barroso frisou que desta vez, porém, "há também mais esperança" de que a recuperação económica na Europa será mais forte porque isto está muito ligado ao fim da pandemia.

"A propósito existem vacinas que são muito importantes, há notícias sobre vacinas muito encorajadoras. Eu recentemente aceitei ser o presidente da Aliança Global para as Vacinas e vou iniciar o meu mandato em 01 de janeiro 2021", argumentou.

Segundo Durão Barroso, "desta vez é possível para a União Europeia [UE] dar uma resposta mais forte" também porque "levou quatro anos para o Banco Central Europeu anunciar a famosa política de fazer 'o que for necessário', de Mario Draghi, em 2012".

"Não porque ele [Mario Draghi, ex-presidente Banco Central Europeu] não estava pronto, mas porque não havia suporte suficiente dos governos e também não havia suporte suficiente institucional nos preparado para enfrentar uma crise na Europa. [Demorou] quatro anos. Agora levou menos de quatro semanas para o Banco Central Europeu anunciar que não há limites [para salvar a economia da zona do euro]", acrescentou.

O antigo presidente da Comissão Europeia lembrou que o bloco tem um plano de recuperação em curso, que conta com vários instrumentos e foi aprovado sem grande animosidade, no valor de 750 mil milhões de euros.

Para Durão Barroso, este plano aprovado na pandemia foi possível agora porque tabus foram quebrados em crise anteriores.

"Agora há um entendimento, mesmo na Alemanha, de Angela Markel, que nós precisamos fazer mais", frisou.

"Eu não estou aqui representando a Comissão Europeia, a União Europeia (EU), sei que existem problemas dentro da UE. Mas sou muito sincero quando digo que acredito que a resiliência da UE e da Europa é maior e mais forte do que normalmente assumimos", frisou.

Durão Barroso recordou que a UE não é um Estado, mas também não é uma simples organização internacional como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), o Mercado Comum do Sul (Mercosul).

O ex-presidente da Comissão Europeia definiu o bloco europeu como algo no meio, que continua em desenvolvimento, andando passo a passo.

Neste sentido, frisou, para concluir, que para enfrentar crises "algumas vezes os passos são maiores do que nós. E agora é um momento destes".

 

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