Argentina anuncia oficialmente o fim da quarentena iniciada a 20 de março
O Presidente argentino anunciou que a Argentina sairá oficialmente do isolamento social, considerado o mais prolongado do mundo, mas pediu que a população mantenha os esforços de proteção e não relaxe os cuidados.
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Mundo Covid-19
A medida continuará apenas a existir em duas cidades.
"Verificamos que, nas duas últimas semanas, a quantidade de casos caiu aproximadamente 30% no país. Vamos manter em isolamento social apenas duas cidades: Bariloche e Puerto Deseado (as duas na Patagónia). Esta nova etapa vai até 20 de dezembro", anunciou o Presidente Alberto Fernández, sublinhando que "a população deve continuar com o esforço porque o problema da pandemia não foi superado".
O pedido para que os argentinos continuem com os esforços chega um dia depois das gigantescas aglomerações populares em torno do velório do ex-jogador Diego Maradona, organizado pelo próprio Governo.
A organização de um velório popular no qual cerca de um milhão de pessoas não mantiveram distanciamento social nem cuidados de proteção levou a oposição a denunciar penalmente o presidente Alberto Fernández por favorecer a propagação do coronavírus.
"As imagens que vimos do velório são o que devemos evitar. Claro que são um risco epidemiológico cujo impacto veremos dentro sete ou dez dias", criticou o ministro da Saúde de Buenos Aires, Fernán Quirós.
O Presidente argentino também traçou a nova meta do país em relação à pandemia: vacinar a maior quantidade de pessoas possível entre janeiro e março, época em que começa o outono no hemisfério Sul.
"Temos a vantagem de ver o que acontece com a pandemia no hemisfério Norte. Uma segunda onda com uma quantidade de contágios realmente alarmante. É muito possível que a Argentina deva enfrentar uma segunda onda. Por isso, quanto mais cuidados tivermos será mais fácil enfrentar o outono", comparou Fernández.
Para evitar esse espelho europeu, a Argentina pretende vacinar 13 milhões de pessoas.
"Quando março chegar, queremos que todos os grupos de risco estejam imunizados. O total de pessoas que deveríamos vacinar entre janeiro e março é de 13 milhões de pessoas, cerca de 25% dos argentinos. Esse é o esforço que devemos encarar agora", apontou o Presidente.
Depois de março, a vacinação continuará com aqueles que não são grupo de risco. A vacina será gratuita para população, mas não obrigatória.
"Convoco todos a serem parte dessa epopeia que cuidar da saúde. Vamos precisar de cerca de 20 mil voluntários. A Argentina, com todo esforço, pode vacinar entre 4,5 e 5 milhões por mês", calculou Fernández.
Apesar da quarentena mais prolongada e rígida do mundo, a Argentina é o nono país com mais casos no mundo, mesmo quando é um dos países que menos testes faz. Em relação à sua população, ocupa o 23.º posto, pior do que Brasil (28.º) , Peru (30.º) e Chile (32.º), países sul-americanos com mais alta taxa de casos. Em relação à sua população, a Argentina ocupa o 8.º posto em número de mortos.
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