Ao longo da manhã de hoje, em Caracas era visível uma maior afluência de pessoas nas ruas, nos centros comerciais e também mais circulação de veículos, mas inferior à registada antes de março último, aquando do início da pandemia.
Nalguns locais, em particular nas paragens dos autocarros, em Chacaíto (leste), as pessoas em fila não respeitavam o distanciamento social de 1,5 metros estipulado pelo executivo e algumas não tinham máscaras de proteção adequadamente colocadas.
O começo da flexibilização foi ainda marcado por protestos na avenida Sucre de Caracas (nas proximidades do palácio presidencial de Miraflores) e em San Pedro de Los Altos, no vizinho Estado de Miranda, pela falta de água potável, que escasseia há vários meses.
A Academia de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais emitiu um comunicado manifestando preocupação pela flexibilização da quarentena e alertando que a mobilização de pessoas poderá provocar um aumento dos casos de coronavírus no país.
"Na Venezuela, a realização de testes (PCR) está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (...)Preocupa o anúncio de flexibilização total da quarentena durante o mês de dezembro, num momento em que o diagnóstico é imprescindível para a vigilância epidemiológica", explica a Academia num comunicado em que insta a população a usar máscaras e lavar as mãos frequentemente.
Como parte da flexibilização, o Governo venezuelano levantou a proibição de circular pelos municípios venezuelanos fronteiriços com a Colômbia e o Brasil.
Por outro lado, as autoridades venezuelanas ordenaram abrir todos os terminais de autocarros do país, passando a estar permitida a circulação entre os estados.
Na Venezuela estão confirmados 102.040 casos de coronavírus e 892 mortes associadas à covid-19. Entretanto, 96.652 pessoas recuperaram da doença.
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.460.018 mortos resultantes de mais de 62,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 4.505 pessoas dos 298.061 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.