"Esta noite estamos a anunciar que a África do Sul está a viver uma segunda vaga", afirmou Mkhize, acrescentando que os números registados recentemente "correspondem aos critérios".
De acordo com o ministro, "é importante destacar" as províncias de Cabo Ocidental, Cabo Oriental, Kwazulu-Natal e Gauteng, que são as "principais forças motrizes desta nova vaga".
Segundo o comunicado, a província do Cabo Ocidental representa 30% das novas infeções diárias, seguindo-se Cabo Oriental (24%), Kwazulu-Natal (23%) e Gauteng (17%).
"Desde o fim de setembro vimos a maioria dos nossos números a baixarem até perto de mil, mas agora esses números estão a crescer", disse o ministro, que apontou que no dia de hoje foram registados 6.079 novos casos.
Zweli Mkhize mostrou-se preocupado com a taxa de positividade, cuja média nacional é de 18%.
"Quando estivemos no planalto, tínhamos uma taxa de positividade de 10%. Hoje, essa taxa é de 18%, mas algumas províncias estão muito acima disso", sublinhou.
O ministro da Saúde sul-africano afirmou também que há uma "alteração na distribuição" dos casos por faixa etária.
"A idade mais afetada neste período é agora entre os 15 e os 19 anos de idade. Este é um assunto novo e é o mais preocupante", disse Mkhize, que atribuiu este aumento "às várias grandes festas com jovens a beberem álcool".
Na segunda-feira, a África do Sul tinha identificado as festas escolares de fim de ano como eventos de "super-disseminação" de covid-19, tendo ordenado que todos os estudantes que as frequentaram cumpram um período de 10 dias de isolamento.
Em causa estão festas realizadas para assinalar a conclusão do ensino secundário, privadas e organizadas por promotores que cobram as entradas aos alunos -- que devem ser maiores de idade. Nestas festas são realizadas danças e há também venda de álcool.
"É evidente que nestas atividades de entretenimento a maioria dos participantes não está constantemente consciente do bom comportamento", afirmou então o ministro da Saúde.
Na declaração hoje emitida, o ministro sul-africano alertou que "caso esta trajetória continue, os sistemas de saúde ficarão sobrecarregados".
Mkhize admitiu que a época festiva é "tempo para relaxar e desfrutar com as famílias", mas que é necessário "perceber que há uma responsabilidade".
"Se o nosso prazer vai levar mais pessoas a ficarem doentes, a serem hospitalizadas e até à perda de vidas por algumas, então não é uma forma responsável de desfrutarmos", vincou.
A África do Sul regista o maior número de casos do continente desde o início da pandemia, com 828.598 infetados, incluindo 22.574 mortos e 754.658 recuperados.
Em África, há 54.566 mortos confirmados em mais de 2,2 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.557.814 mortos resultantes de mais de 68,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.