Lai conheceu na sexta-feira uma acusação de conluio com grupos estrangeiros para colocar em risco a segurança nacional de Hong Kong, por mensagens que colocou na rede social Twitter e por comentários que fez em meios de comunicação internacionais.
O jornal Apple Daily - de que Jimmy Lai é proprietário e conhecido pelo seu comprometimento com o movimento pró-democracia -- escreve hoje que Lai é acusado de ter pedido a países, organizações e pessoas estrangeiras para imporem sanções ou para se envolverem em atividades hostis contra Honk Kong ou contra a China.
A análise do seu processo judicial foi adiado para 16 de abril, a pedido dos procuradores, que alegaram que a polícia precisava de mais tempo para rever mais de mil 'tweets' e de comentários de Lai, segundo uma peça do Apple Daily.
Lai, que se encontra detido por acusações de fraude, após uma busca da polícia às instalações dos seus meios de comunicação, pôde ser visto algemado enquanto os guardas o levavam desde a cadeia até ao tribunal.
Pequim impôs no início deste ano uma lei de segurança nacional em Hong Kong, contestada pela comunidade internacional, após protestos do movimento pró-democracia na ex-colónia britânica.
A nova lei proíbe a secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras para interferir nos assuntos de Hong Kong, restringindo a liberdade de expressão e de reunião.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, usou hoje a sua conta de Twitter para comentar que a lei de segurança em Hong Kong "brinca com a justiça", pedindo a libertação de Lai, com quem reuniu no início deste ano, dizendo que o seu único crime foi falar a verdade sobre o Governo autoritário do Partido Comunista Chinês.
Na sexta-feira, o Governo britânico mostrou preocupação com a situação de Jimmy Lai.
"O Reino Unido continua muito preocupado com a disposição das autoridades de Hong Kong de continuar com os procedimentos legais contra figuras pró-democracia, como Jimmy Lai", disse um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.