A iniciativa deveria durar três dias e estavam previstas as intervenções do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Javad Zarif.
Ruhollah Zam, qualificado de "jornalista e dissidente" pela organização Amnistia Internacional, foi enforcado no sábado de manhã no Irão, após ter sido considerado culpado de incentivar (através do canal Amadnews, que dirigia, na plataforma de mensagens Telegram) a contestação de 2017-2018 no Irão, durante a qual foram mortas pelo menos 25 pessoas.
A realização de um fórum apenas dois dias após a execução de Zam desencadeou uma polémica nas redes sociais, onde se apelou ao boicote da iniciativa.
O comité organizador do evento virtual, que inclui o Centro para o Comércio Internacional, agência da Organização Mundial do Comércio e da ONU, "decidiu tomar a medida excecional de adiar a conferência", indicou num comunicado.
"Os círculos de negócios europeus e iranianos continuam a ver um grande potencial nas suas trocas comerciais", acrescentou o comité.
A realização do fórum ficou comprometida após o anúncio do seu boicote pelos embaixadores francês, alemão, austríaco e italiano no Irão.
No domingo, o Irão convocou os embaixadores da Alemanha e de França em Teerão, para protestar contra a condenação da execução na véspera pela União Europeia e Paris.
A morte de Ruhollah Zam ocorre numa altura em que várias potências europeias esperam reanimar o acordo internacional sobre o nuclear iraniano, aproveitando a saída da Casa Branca do presidente cessante, Donald Trump, no início de 2021.