"Nós, os combatentes da Jama'actu Ahlissunnah lid Da'awati Wal Jihad, sob o comando de Abubakar Shekau, estamos a informar o mundo que somos responsáveis pelo ataque à cidade de Diffa, na República do Níger", disse um 'jihadista' com o rosto coberto por um turbante camuflado, num vídeo de propaganda enviado no domingo à noite.
"É para vos avisar que à medida que as festividades dos infiéis se aproximam, não haverá paz", anunciou ele, quando faltam 10 dias para as celebrações do Natal cristão, que são frequentemente mortíferas no nordeste da Nigéria, o bastião do grupo.
Pelo menos 27 pessoas foram mortas na noite de sábado para domingo num ataque na região de Diffa, no mesmo dia em que se realizavam eleições municipais e regionais no Níger.
Entre 800 e 1.000 casas foram incendiadas pelos assaltantes, segundo fontes locais, e muitas pessoas foram queimadas vivas num ataque particularmente "bárbaro".
Desde 2016, o grupo Boko Haram foi dividido em duas fações: a de Abubakar Shekau, o líder histórico do grupo, e a do Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap), filiado na Organização do Estado Islâmico (ISO) - particularmente em torno do Lago Chade.
A filial de Abubakar Shekau reivindicou a responsabilidade pelo assassínio de pelo menos 76 trabalhadores agrícolas no nordeste da Nigéria no início de dezembro, durante as eleições locais.
O Iswap está cada vez mais a dirigir os seus ataques contra alvos militares e organizações humanitárias internacionais.
A violência 'jihadista' já causou 36.000 mortos na Nigéria e mais de dois milhões de pessoas ainda não podem regressar às suas casas.
Além disso, os ataques espalharam-se pelo Chade, Camarões e Níger, países vizinhos na bacia do Lago Chade.