A sondagem mostrou que 52% dos entrevistados disseram que Bolsonaro "não tem culpa" pelas mortes registadas no país por conta da crise de saúde, face a 47% que pensavam assim no final de agosto.
Por outro lado, 38% dos entrevistados acreditam que o líder de extrema direita é "um dos culpados", mas não o principal, enquanto 08% consideram-no o "principal culpado" das mortes, segundo a mesma sondagem, publicada na noite de domingo no jornal Folha de São Paulo.
Apesar de a maioria da população isentar Jair Bolsonaro, dirigente que sempre negou a real gravidade da crise sanitária, 42% dos consultados qualificaram como "má ou péssima" a atuação do chefe de Estado na pandemia.
Enquanto isso, 27% avaliaram as ações do Presidente como "regular" e 30% como "ótima ou boa".
Da mesma forma, a maioria dos entrevistados (53%) disse que o Brasil "não fez o que era necessário" para evitar as mortes por covid-19, enquanto a restante percentagem é dividida igualmente entre aqueles que acreditavam que nada poderia evitar as mortes (22%) e aqueles que acreditam que o país tomou as medidas necessárias para evitá-las (22%).
O levantamento Datafolha mostrou ainda que a popularidade do Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello desde junho após a queda de dois ministros, continua a cair.
Para 35% dos brasileiros o desempenho do ministério é "ótimo ou bom". Em abril, a pasta atingiu a aprovação recorde de 76%.
A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas telefónicas com 2.016 pessoas entre 08 e 10 de dezembro e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Os dados divulgados compõem outro levantamento do jornal Folha de S.Paulo, que também mostrou que o índice de aprovação do Governo de Jair Bolsonaro ficou em 37%, o maior desde que assumiu o poder em janeiro de 2019, apesar da agravamento da pandemia no país.
No entanto, a gestão do Bolsonaro para enfrentar a emergência sanitária no Brasil, um dos três países mais afetados do mundo junto com os Estados Unidos e a Índia, tem sido questionada por diversos setores.
Há poucos dias, o Presidente mais uma vez minimizou a crise de saúde e afirmou que o Brasil está "no fim da pandemia", apesar dos alertas dos especialistas em saúde de que o país já passa por uma segunda vaga, sem ter superado a primeira leva de infeções em larga escala.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (181.402, em mais de 6,9 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.612.297 mortos resultantes de mais de 72,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.