PR sul-africano: 10% da população terá acesso a vacina em meados de 2021
O Presidente da República sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou hoje que 10% da população terá acesso a uma vacina da covid-19 em meados do próximo ano, no âmbito do programa Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS).
© PHILL MAGAKOE/AFP via Getty Images
Mundo Cyril Ramaphosa
Numa comunicação ao país hoje à noite, sobre novas medidas de contenção da segunda vaga da pandemia do novo coronavírus no país, Ramaphosa referiu que a vacina será "a única defesa viável" contra a covid-19, que já causou 866.127 infeções e mais de 23 mil mortos na África do Sul desde o início do primeiro confinamento em março.
Nesse sentido, Ramaphosa sublinhou que a África do Sul concluiu todos os processos necessários por forma a garantir a sua participação no programa de vacinação da covid-19 da OMS (Covax) que promete garantir o acesso equitativo às vacinas de prevenção do novo coronavírus, assim que estiverem disponíveis no mercado.
"Como parte deste programa, contamos que a África do Sul irá receber as primeiras vacinas para abranger cerca de 10% da nossa população na primeira metade do próximo ano", declarou ao país Cyril Ramaphosa.
"Também fazemos parte do grupo de Aquisição de Vacinas para África, que criei na qualidade de presidente da União Africana, e que procura mecanismos de financiamento alternativos para garantir vacinas adicionais para os países africanos além do programa Covax", adiantou.
O chefe de Estado sul-africano disse que a segunda vaga da pandemia do novo coronavírus "será mais severa" na África do Sul, salientando que a quadra festiva "coloca riscos significativos a todo o país", numa altura em que a economia mostra sinais de recuperação.
"Até à data, mais de 38.000 profissionais de saúde no serviço público testaram positivo ao novo coronavírus, dos quais cerca de 5.000 foram hospitalizados", afirmou, salientando que "destes, 391 profissionais de saúde morreram no serviço público".
Ramaphosa instou a população a observar o uso de máscara, a higienização e o distanciamento social por forma a desfrutarem do "esplêndido Verão quente sul-africano", tendo em conta o rápido agravamento do número de infeções no país.
Nesse sentido, o Presidente anunciou um novo recolher obrigatório imediato a nível nacional, entre as 23:00 locais (21:00 de Lisboa) e as 04:00 (02:00 de Lisboa) do dia seguinte, e ainda o confinamento obrigatório para o setor da restauração a partir das 22:00 locais).
Ramaphosa disse também que a venda de álcool nos espaços públicos, como praias e parques, "é estritamente proibida", enquanto que a sua venda no retalho será autorizada entre as 10:00 locais (08:00 de Lisboa) e as 18:00 (16:00 de Lisboa) entre segunda e quinta-feira.
Nas regiões com maior taxa de infeção pelo novo coronavírus, nomeadamente nas províncias do KwaZulu-Natal, Cabo Oriental e em áreas do Cabo Ocidental, as praias e parques públicos estarão encerrados durante a época festiva de 16 de dezembro a 03 de janeiro, frisou Ramaphosa, salientando ainda que o Governo proibiu a realização de festivais musicais.
O governo sul-africano declarou o popular destino turístico de Garden Route, no Cabo Ocidental, como sendo uma área 'hotspot' do novo coronavírus.
As autoridades da saúde sul-africanas anunciaram cerca de 8.000 novos casos de infeção e 170 óbitos devido à covid-19 na África do Sul, nas últimas 24 horas.
A África do Sul realizou 5,8 milhões de testes à covid-19 desde março, com 58% dos testes realizados por laboratórios privados, referem as autoridades da saúde sul-africanas.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.612.297 mortos resultantes de mais de 72,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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